VOZ EMBARGADA

Diretor-geral da OMS chora e pede união no combate ao coronavírus

Pandemia ainda fora do controle levou Tedros Adhanom Ghebreyesus a fazer um apelo emocionado ao mundo

Carolina Fonsêca
Cadastrado por
Carolina Fonsêca
Publicado em 10/07/2020 às 20:02 | Atualizado em 10/07/2020 às 20:04
FABRICE COFFRINI / POOL / AFP
Com a voz embargada, o diretor da OMS pediu que o mundo se una contra o vírus. - FOTO: FABRICE COFFRINI / POOL / AFP

A pandemia do novo coronavírus já deixou mais de 550 mil mortos e 12 milhões de pessoas contaminadas em todo o mundo. As vidas perdidas em decorrência da covid-19 seguem sendo contabilizadas ao mesmo tempo que, em nome do salvamento econômico, países reabrem estabelecimentos comerciais - exigindo o cumprimento de protocolos de distanciamento social e higienização. O cenário levou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) a fazer um apelo emocionado ao mundo.

>> OMS reconhece formalmente risco de transmissão do novo coronavírus pelo ar

>> Coronavírus não está sob controle na maior parte do mundo, diz diretor-geral da OMS

>> OMS pede que governos "acordem" e "iniciem combate" contra coronavírus

"A grande ameaça que enfrentamos agora não é o vírus em si, mas a ameaça é a falta de liderança e solidariedade em níveis globais e nacionais", disse Tedros, em Genebra, na Suíça, na última quinta-feira (9). E chorou durante a fala.

Com a voz embargada, o diretor da OMS advertiu que a pandemia segue fora de controle, pediu que a humanidade se una, lembrando que de forma individual não será possível vencer o vírus.

>> OMS deseja pronta recuperação a Bolsonaro e lembra: todos são vulneráveis à covid

"Esta é uma tragédia que...na verdade...está nos fazendo sentir falta de amigos. Perdendo vidas. E não podemos enfrentar essa pandemia com um mundo dividido", afirmou com pausas. Emocionado. "Por que é tão difícil para os humanos se unirem para lutar contra o inimigo?", questionou.

Os números de casos de covid-19 continuam crescendo e, nos últimos dois dias, 170 mil novos casos foram confirmados. O continente americano é o mais afetado, detendo metade do total mundial - tem 6,12 milhões de casos e 272 mil mortes.

"Isso está matando pessoas de forma indiscriminada. Não podemos ser capazes de identificar um inimigo comum? Não podemos entender que as divisões ou separações entre nós são realmente vantajosas para o vírus? A única maneira é estarmos juntos", disse Tedros.

Estados Unidos

Há poucos dias os Estados Unidos entraram com pedido formal de saída da OMS. Desde o início da pandemia, o presidente norte-americano, Donald Trump, tem feito duras críticas ao trabalho da Organização. Para os EUA, a OMS se mantém subordinada à China. Após uma temporada de ameaças de se retirar, está executando o que prometeu.

 

Comentários

Últimas notícias