A região espanhola da Catalunha (nordeste) determinou neste domingo (12) a volta ao confinamento obrigatório de 200.000 habitantes da região no entorno da cidade de Lérida, enquanto a África do Sul, onde os casos do novo coronavírus dispararam, decidiu retomar o toque de recolher.
"A população deverá permanecer em casa", anunciou a encarregada regional de Saúde da Catalunha, Alba Vergès, durante uma coletiva de imprensa.
A zona afetada, ao redor de Lérida, com mais de 200.000 habitantes, já havia sido isolada do restante da Espanha na semana passada.
Esta é a primeira vez desde 21 de junho, quando terminou o confinamento geral na Espanha, que uma região volta a decretar o confinamento domiciliar.
A Espanha é um dos países mais afetados do mundo pela doença, com 28.400 mortos, e neste domingo as regiões da Galícia e do País Basco celebraram eleições com medidas reforçadas de higiene e centenas de eleitores excluídos por estarem com a COVID-19.
Com a flexibilização do confinamento, a Europa, continente com mais mortes (quase 202.000 em um total de 2,8 milhões de casos), observa novos focos de contágio.
Em todo o mundo foram contabilizados mais de 566.000 mortos e quase 12,8 milhões de contagiados, segundo balanço da AFP deste domingo.
Nos Estados Unidos, o país mais afetado do mundo pela pandemia e onde a Flórida registrou um recorde de contágios (mais de 15.000 em 24 horas), as autoridades não descartam voltar a confinar as regiões mais afetadas.
Segundo as cifras mais recentes, divulgadas esta noite pela Universidade Johns Hopkins, referência no acompanhamento da pandemia, os Estados Unidos registraram 59.747 casos e 442 óbitos por COVID-19 em 24 horas, elevando os totais a 3.301.820 contágios e 135.171 mortes.
Em meio a estes dados vertiginosos, o presidente americano, Donald Trump, apareceu pela primeira vez de máscara em público no sábado.
A Flórida é um dos estados mais afetados, mas isto não impediu a reabertura parcial de quatro parques temáticos da Disney World em Orlando.
No Texas, um americano na casa dos 30 anos morreu de coronavírus, após ter se contagiado em uma "festa da COVID", organizada por uma pessoa infectada, segundo a diretora médica do hospital onde o jovem faleceu.
Na África do Sul, a COVID-19 continua avançando e o presidente Cyril Ramaphosa decidiu voltar a impor um toque de recolher entre as 21h e as 04h a partir da segunda-feira.
O país registrou 12.000 novos casos diários nas últimas semanas, umas 500 infecções por hora.
Para não saturar seus hospitais, o presidente também decidiu suspender a venda de bebidas alcoólicas, que provoca muitos acidentes de trânsito e violência.
O coronavírus também avança implacável na América Latina e Caribe, com um balanço de mais de 143.000 mortos e mais de 3,3 milhões de casos.
O Brasil, o segundo país mais afetado do mundo pela doença, tem 72.100 vítimas fatais e 1.864.681 contagiados, entre eles o presidente Jair Bolsonaro.
Em 24 horas, o país registrou 24.831 casos e 631 óbitos.
A vizinha Argentina superou neste domingo os 100.000 casos de COVID-19 e o número de mortos alcançou 1.845 em meio ao confinamento na Região Metropolitana de Buenos Aires, foco de 95% dos casos no país.
Já o México superou o número de mortos da Itália e se tornou o quarto país com maior letalidade pelo novo coronavírus. O país alcançou neste domingo 299.750 casos e 35.006 mortes.
Até este domingo, um dos países mais afetados pela pandemia, a Itália contabilizava 34.954 falecimentos, segundo cifras da AFP.
No sábado, o Chile superou a marca de 11.000 mortes por coronavírus, somando os casos prováveis, de acordo com o ministério Saúde. Apesar do número, as autoridades afirmam que o país vive atualmente uma "leve melhora".
Colômbia e Equador também superaram no sábado a barreira de 5.000 vítimas fatais, de acordo com os dados oficiais dos países.
Bogotá, maior ponto de contágios da Colômbia, anunciou a adoção a partir de segunda-feira de "quarentenas estritas" por localidades (conjuntos de bairros).
No Equador, Quito defendeu neste domingo os protocolos de biossegurança de seus produtos de exportação, depois que a China denunciou a detecção de vestígios de coronavírus em embalagens de camarões de origem equatoriana testadas em dois portos chineses.
"A descoberta não representa risco de contágio", respondeu em um comunicado o governo equatoriano, indicando que "os produtos de exportação equatorianos, particularmente os do segmento de alimentos, cumprem todos os protocolos de biossegurança, tanto da regulamentação nacional quanto de padrões internacionais".
Na Venezuela, onde o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, contraiu o vírus, 160 militares testaram positivo para a COVID-19.
Após meses de confinamento e restrições, alguns países flexibilizam as medidas, mas os contágios voltam a aumentar.
No Irã, que registra mais de 12.000 mortes, as autoridades alertam para o novo avanço do vírus.
O guia supremo, aiatolá Ali Khamenei, chamou neste domingo de "verdadeira tragédia" a epidemia de COVID-19 e pediu aos iranianos que respeitem as normas de saúde para conter o avanço da doença e "salvar o país".
A Autoridade Palestina anunciou neste domingo a aplicação de um toque de recolher diário noturno e completo aos finais de semana durante 14 dias para lutar contra a doença, que tem tido um aumento no número de casos.
Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS), que pediu uma "ação agressiva" para lutar contra a propagação, enviou uma equipe à China para preparar uma missão que deve tentar determinar a origem do vírus.
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