covid-19

Coronavírus força novo confinamento de mais 100 milhões na Índia e devasta economias

Diante da aceleração de contágios, as autoridades indianas se viram obrigadas a reimpor as medidas de confinamento no estado de Bihar

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 14/07/2020 às 14:20 | Atualizado em 14/07/2020 às 14:20
AFP
Um policial usa um megafone para dispersas aglomeração em área comercial em Bangalore, na Índia, nesta terça-feira (14) - FOTO: AFP

A Índia anunciou nesta terça-feira (14) o retorno do confinamento de mais de 100 milhões de pessoas após o aumento dos casos de coronavírus, cujo terrível impacto foi evidenciado novamente com os resultados econômicos no Reino Unido e Singapura, enquanto a doença continua avançando na América Latina e Caribe.

Diante da aceleração de contágios, as autoridades indianas se viram obrigadas a reimpor as medidas de confinamento no estado de Bihar, norte do país, onde vivem 120 milhões de pessoas, durante duas semanas a partir de quinta-feira (16).

>> Bebê contraiu coronavírus na barriga da mãe, aponta estudo francês

>> Fiocruz desenvolve sistema de tratamento de ar emergencial para UTIs

No sul, os mais de 13 milhões de habitantes de Bangalore e sua região permanecerão confinados durante 10 dias a partir desta terça-feira à noite.

O segundo país de maior população do planeta registra até o momento 23.727 mortes e 906.752 casos declarados de COVID-19, dados que registram forte aceleração.

Após um confinamento rígido em escala nacional determinado no fim de março, a Índia suspendeu a medida no início de junho para tentar reativar a economia do país, mas a multiplicação de focos obrigaram as autoridades a voltar a impor restrições.

A mesma situação acontece em outras zonas no mundo, onde a doença parecia sob controle.

Nos Estados Unidos, o país mais afetado do planeta, com mais de 135.615 mortos e mais de 3,36 milhões de contágios, a Califórnia voltou a fechar na segunda-feira os estabelecimentos comerciais e locais públicos nos 30 condados mais atingidos do estado, incluindo Los Angeles.

O retrocesso acontece em meio a um intenso debate sobre as medidas de restrição, incluindo a reabertura das escolas, entre autoridades políticas de diversas jurisdições.

Na Espanha, que registra 28.400 mortes provocadas pelo vírus, quase 200.000 pessoas na cidade de Lérida e seus arredores, na Catalunha, devem observar um confinamento domiciliar. A medida provocou uma disputa entre o governo regional, decidido a aplicá-la, e a justiça, que suspendeu a medida.

Na Colômbia, que também registra um aumento de casos "alarmante", segundo as autoridades, quase 3,5 milhões de pessoas retornaram na segunda-feira a uma quarentena estrita.

 

 

Na América Latina, o vírus continua provocando estragos e a região se tornou a segunda do mundo em número de vítimas fatais, atrás apenas da Europa.

América Latina e Caribe somam mais de 146.000 vítimas fatais e mais de 3,4 milhões de contágios, segundo um balanço da AFP.

O Brasil, país mais afetado da região, concentra metade das mortes.

O presidente Jair Bolsonaro, em quarentena há quase uma semana depois de testar positivo para o coronavírus, anunciou que fará um novo exame nesta terça-feira e disse que espera ansioso os resultados porque não aguenta mais ficar em casa.

O resultado do exame RT-PCR "deve sair em poucas horas e eu aguardo com bastante ansiedade porque eu não aguento essa rotina de ficar em casa. É horrível", disse Bolsonaro em entrevista por telefone à CNN Brasil do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, em Brasília.

No México, segundo país da região com mais vítimas, com mais de 35.000 óbitos, o presidente Andrés Manuel López Obrador afirmou na segunda-feira que o número de casos está em queda ou estável em 23 dos 32 estados.

O Peru superou na segunda-feira a marca de 12.000 mortes por coronavírus, dois dias antes do reinício do transporte interprovincial terrestre e aéreo como parte de um processo gradual de flexibilização do confinamento.

Neste contexto, as autoridades anunciaram que pretendem reabrir a cidadela inca de Machu Picchu, joia do turismo peruano, em 24 de julho.

Em outros continentes, as autoridades anunciam restrições para tentar conter a propagação do vírus, que já provocou mais de 573.000 mortes e mais de 13,1 milhões de contágios no planeta, segundo um balanço da AFP.

O governo britânico decidiu nesta terça-feira tornar obrigatório o uso de máscaras contra a propagação do coronavírus nas lojas de Inglaterra a partir de 24 de julho, uma medida considerada positiva, mas tardia.

 

 

No cenário econômico, o impacto da pandemia é cada vez mais grave e os indicadores afundam a níveis inimagináveis há alguns meses.

O produto Interno o Interno Bruto (PIB) do Reino Unido desabou 19,1% entre março e maio, na comparação com os três meses precedentes, e o país pode enfrentar a pior recessão em 300 anos, de acordo com um organismo governamental.

Singapura entrou em recessão no segundo trimestre, quando a atividade econômica registrou queda de 41,2% na comparação com o trimestre anterior.

No setor da moda, a Itália inaugura nesta terça-feira sua primeira Semana da Moda virtual, seguindo a trajetória de Londres e Paris. Apenas duas marcas italianas, Dolce & Gabbana e Etro, organizarão desfiles presenciais.

Na França, o feriado nacional de 14 de Julho foi completamente desfigurado pelo vírus. O tradicional desfile na avenida Champs-Elysées foi reduzido a 2.000 militares, metade do número habitual, e muitas cerimônias de fogos de artifício foram canceladas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já advertiu que o planeta não voltará ao normal no futuro próximo e fez mais um apelo de combate ao vírus, "o inimigo público número um, embora as ações de muitos governos e pessoas não demonstrem" o cenário, nas palavras de seu diretor geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Últimas notícias