O rapper Kanye West chorou, no domingo (19), ao proferir um discurso antiaborto durante uma manifestação política confusa, em Charleston, Carolina do Sul, na qual lançou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos. Vestido com um colete à prova de balas com a inscrição "segurança", Kanye West fez um discurso incoerente durante uma reunião reservada aos convidados. Segundo a imprensa americana, todos tinham de usar máscara e respeitar as regras de distanciamento social.
A estrela do rap disse que queria que sua esposa, Kim Kardashian, abortasse quando ela estava grávida de sua filha North, e falou sobre seu pai. "Meu pai queria que minha mãe me abortasse. Minha mãe salvou minha vida. Não haveria Kanye West, porque meu pai estava muito ocupado", disse o cantor, que começou a chorar neste momento. Logo depois, ele fala algo de forma incompreensível por um minuto e grita: "Eu quase matei minha filha! Eu quase matei minha filha!".
Em outro momento de seu discurso, West afirma que a célebre abolicionista americana "Harriet Tubman nunca libertou realmente os escravos, ela apenas fez os escravos trabalharem para outros brancos". Algumas das passagens de seu discurso circularam nas redes sociais, causando indignação e preocupação com a saúde mental do cantor. Ele anunciou sua candidatura à Presidência em 4 de julho no Twitter.
Durante uma reunião com o presidente Donald Trump na Casa Branca em 2018, o rapper usava um boné com o lema do bilionário "Make America Great Again Again". Agora, diz ter retirado seu apoio ao republicano. West não chegou a tempo de se inscrever na lista oficial de candidatos em vários estados, mas está na lista de Oklahoma.
Alguns observadores acreditam que sua campanha poderia prejudicar a do candidato democrata Joe Biden, especialmente nos estados mais disputados, onde Trump venceu com uma margem mínima em 2016 e onde as pesquisas atualmente o colocam atrás do ex-vice-presidente de Barack Obama.
"Dizer que o voto negro é democrata é uma forma de racismo e supremacia branca", disse West à revista "Forbes" no início deste mês, reconhecendo que ele não hesitaria em lutar com Biden pelos votos da minoria afro-americana que frequentemente vota nos democratas.