DESINFORMAÇÃO

Filho de Donald Trump tem conta do Twitter suspensa após post sobre hidroxicloroquina

Filho do presidente dos EUA compartilhou um vídeo que, segundo o Twitter, viola a política da plataforma contra desinformação sobre coronavírus

Thalis Araújo
Cadastrado por
Thalis Araújo
Publicado em 28/07/2020 às 21:24 | Atualizado em 28/07/2020 às 21:39
REPRODUÇÃO
O filho do presidente Donald Trump - FOTO: REPRODUÇÃO

A rede social Twitter informou, nesta terça-feira (28), que barrou, por 12 horas, o acesso de Donald Trump Jr. à sua conta no site. Tudo aconteceu por causa de um post feito pelo filho do presidente dos Estados Unidos que viola a política da plataforma contra desinformação sobre a covid-19, que já matou mais de 650 mil pessoas ao redor do mundo.

>> Pandemia de coronavírus: mais de 40 mil casos nas últimas 24 horas no Brasil

O post de Trump Jr. foi feito na noite da última segunda-feira (27). No vídeo, um grupo de médicos divulga informações enganosas sobre o coronavírus, criticando a recomendação do uso de máscaras e dizendo também que já existe cura para a covid, e a polêmica hidroxicloroquina seria uma das opções. O YouTube também removeu o conteúdo, que foi classificado como um material que "viola as diretrizes da comunidade do YouTube".

>> "Quem não usa máscara comete crime e poderá ser preso", diz procurador-geral de Pernambuco

A postagem foi apagada pelo Twitter por contrariar as regras de combate à desinformação contra a doença, e Trump Jr. teve seu acesso a algumas funções da rede social limitado por, pelo menos, 12 horas.

O porta-voz do filho de Trump, Andy Surabian, afirmou que o "Twitter passa dos limites ao silenciar alguém por compartilhar visões de médicos que discordam da narrativa anti-hidroxicloroquina".

Tudo sobre a covid-19

» Saiba tudo sobre o novo coronavírus

» Estou com sintomas de coronavírus. O que fazer?

» Especialistas alertam sobre sintomas menos comuns do coronavírus

» Veja o que se sabe sobre a cloroquina e a hidroxicloroquina no combate ao coronavírus

» Veja locais do Recife que atendem pessoas com sintomas leves do novo coronavírus

» Vacina brasileira para o coronavírus entra em fase de testes em animais

» OMS esclarece que assintomáticos transmitem coronavírus: 'Questão é saber quanto'

Trump também compartilhou o vídeo; punição foi diferente

 

DIVULGAÇÃO
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - DIVULGAÇÃO

Com 84 milhões de seguidores, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também publicou o vídeo, em uma série de tuítes que acusam democratas e o maior médico especialista em doenças infecciosas dos EUA, Anthony Fauci. Trump afirma nas publicações que eles são os responsáveis pela suspensão do uso da hidroxicloroquina no País para tratar da covid-19. O presidente teve sua publicação apagada pelo Twitter, mas sua conta não foi suspensa. De acordo com a ABC, ele apenas retuitou o conteúdo, já o seu filho fez a postagem oficial.

Saúde dos EUA suspendem autorização para uso emergencial da hidroxicloroquina

Em junho, a agência de saúde do governo americano decidiu suspender a autorização para uso emergencial da hidroxicloroquina, depois de vários estudos que não atestaram a eficácia do medicamento no tratamento para o coronavírus. O presidente republicano defende o remédio e diz que ele mesmo o utilizou.

>> Veja o que se sabe sobre a cloroquina e a hidroxicloroquina no combate ao coronavírus

Anthony Fauci, que dirige o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e Alérgicas e já trabalhou com seis presidentes diferentes, rebateu a afirmação de Trump, dizendo que "não engana a população americana sob nenhuma circunstância".

A rede social não disse qual foi o alcance do vídeo entre os seus usuários, mas, segundo o canal de notícias CNN e o Washington Post, a publicação havia sido visualizada 14 milhões de vezes no Facebook, que também retirou a postagem por "difundir informação falsa sobre curas e tratamento para covid-19". Dados de monitoramento da Crowdtangle mostraram que o conteúdo foi compartilhado por, pelo menos, 600 mil vezes na mesma rede social.

O Twitter atualizou, em meio à crise causada pela pandemia do novo coronavírus, suas políticas, passando a deletar mensagens que possam causar o aumento de risco de as pessoas se contaminarem com a covid.

A rede social já interferiu em, pelo menos, seis posts anteriores de Donald Trump, como em junho, quando ele pôs um alerta de "comportamento abusivo" em um tuíte, no qual ameaçava usar "muita força" contra os ativistas antirracistas.

Presidente Bolsonaro já teve tuítes apagados

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), já teve postagens excluídas pelo Twitter, que considerou que as mensagens violavam as regras por colocar as pessoas em maior risco de transmitir o novo vírus.

REPRODUÇÃO/FACEBOOK
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro - REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Os posts de Bolsonaro registravam um passeio que o presidente fez no Distrito Federal, onde ele defendia o uso da cloroquina para o tratamento da covid-19 e o fim do isolamento social. As publicações também foram excluídas pelo Facebook e Instagram.

Dias depois, o Twitter apagou um vídeo divulgado pelo deputado Federal Eduardo Bolsonaro, onde ele trazia um vídeo do seu pai incentivando a quebra do isolamento social.

Em junho, a rede social apagou publicações do outro filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, como também do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Eles utilizavam um vídeo do médico Drauzio Varella sobre a crise do coronavírus. Os posts estavam fora do contexto.

Desinformação

Pesquisas mostraram, em duas bases de dados, que a cloroquina e a hidroxicloroquina foram as substâncias mais citadas, no mundo inteiro, entre os remédios mais apontados como tratamento para a covid-19, em peças de desinformação.

Assine a nova newsletter do JC e fique bem informado sobre o coronavírus

Todos os dias, de domingo a domingo, sempre às 20h, o Jornal do Commercio divulga uma nova newsletter diretamente para o seu email sobre os assuntos mais atualizados do coronavírus em Pernambuco, no Brasil e no mundo. E como faço para receber? É simples. Os interessados podem assinar esta e outras newsletters através do link jc.com.br/newsletter ou no box localizado no final das matérias.

O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

DIVULGAÇÃO
Trump voltou a acusar a China de roubar dados de cidadãos americanos por meio de tecnologias como o TikTok - FOTO:DIVULGAÇÃO
REPRODUÇÃO/FACEBOOK
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro - FOTO:REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Comentários

Últimas notícias