O firme avanço da pandemia na América Latina, a região mais afetada do mundo pela covid-19, coloca em dúvida a reabertura das atividades em vários países para aliviar o grave impacto econômico provocado pela crise de saúde, ao mesmo tempo que obriga algumas nações, como o Peru, a retomar as restrições.
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Em um momento em que a América Latina registra mais de 5,7 milhões de casos e mais de 226.000 óbitos por COVID-19, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, anunciou o retorno do toque de recolher dominical e a proibição de reuniões sociais ou familiares.
Com 653 falecimentos por milhão de habitantes, o Peru (32,9 milhões de habitantes) é o país latino-americano mais atingido pela pandemia em números proporcionais. Em números absolutos (489.600 casos e 21.500 óbitos) é o terceiro país mais afetado, atrás de Brasil e México.
A partir de domingo retorna a "imobilização obrigatória a nível nacional", declarou Vizcarra ao anunciar as medidas, seis semanas após o início da flexibilização gradual.
Neste contexto, a notícia de que Argentina e México serão responsáveis pela produção e distribuição de uma futura vacina contra a COVID-19 na América Latina é uma luz de esperança no combate à pandemia.
A produção latino-americana foi anunciada na quarta-feira pelo presidente argentino, Alberto Fernández.
Argentina e México produzirão milhões de doses para a região, exceto o Brasil - que tem um acordo separado -, da futura vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela aliança da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca, que devem estar disponíveis no primeiro semestre de 2021.
A vacina será "distribuída equitativamente entre os países a pedido dos governos", afirmou o presidente argentino.
Fernández advertiu, no entanto, que o anúncio "é um grande alívio para o futuro, mas não é uma solução para o presente".
Os primeiros testes clínicos da vacina da AstraZeneca mostraram uma forte resposta imunológica e segurança para os pacientes, mas a eficácia ainda precisa ser estabelecida em um ensaio de fase 3, com um número muito maior de participantes, antes de se considerar sua comercialização em larga escala.
Desde terça-feira o mundo reflete com ceticismo e prudência ao anúncio da Rússia sobre o desenvolvimento da primeira vacina "eficaz" contra o coronavírus, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recordou que a "pré-qualificação" e a homologação de uma vacina exigem um procedimento "rigoroso".
A Argentina superou a marca dos 5.000 óbitos por COVID-19, após registrar 125 mortes na quarta-feira, de acordo com o ministério da Saúde.
O país soma 5.213 óbitos desde 7 de março e 268,561 contágios em uma população de 44 milhões de habitantes, parte da qual continua confinada na Área Metropolitana de Buenos Aires.
No Brasil, que registra a maioria dos contágios da região, com quase 3,2 milhões, e mais de 104.000 mortes, João Dória, governador de São Paulo, anunciou que contraiu a doença.
"Acabei de receber o meu sexto teste da COVID-19 e este infelizmente foi positivo. Eu estou com coronavírus absolutamente assintomático, me sinto bem, vou para minha casa, e vou seguir o protocolo médico de isolamento durante os próximos 10 dias", disse o governador, um grande crítico do presidente Jair Bolsonaro, a quem acusa de minimizar a gravidade da pandemia.
Em Santiago, outra cidade onde seguem ativas umas das quarentenas mais longas do mundo, com quase cinco meses de duração, o isolamento será suspenso na próxima segunda-feira. As autoridades registraram uma melhora nos índices de contágios.
A partir de segunda-feira, a zona central da capital chilena se somará a outras seis que já saíram da quarentena e entraram na chamada "fase de transição", prévia à suspensão completa do confinamento.
A pandemia contaminou 20,6 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais quase 750.000 faleceram, de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais.
Os Estados Unidos permanecem como o país mais atingido pela pandemia, com 164.000 mortos e cinco milhões de casos.
A Nova Zelândia planeja prolongar o confinamento de três dias em vigor atualmente na maior cidade do país, Auckland, após a detecção de um novo foco de infecção de coronavírus de 17 casos.
A descoberta dos casos encerrou um período de 102 dias sem contaminação na Nova Zelândia. A ordem de confinamento em Auckland expira na sexta-feira à meia-noite.
O ministério grego da Migração informou nesta quinta-feira um primeiro caso do novo coronavírus em um dos campos de migrantes em uma ilha da Grécia.
As autoridades chinesas anunciaram que detectaram o coronavírus responsável pela COVID-19 em um controle de rotina de frango importado do Brasil, o maior produtor mundial, e pela segunda vez em camarões procedentes do Equador.
O vírus estava presente em mostras coletadas na terça-feira de asas de frango congeladas brasileiras, informou em um comunicado a prefeitura de Shenzhen (sul), perto de Hong Kong.
As autoridades informaram que submeteram imediatamente a exames de diagnóstico as pessoas que tiveram contato com os produtos contaminados, assim como seus parentes. Todos os testes apresentaram resultado negativo, segundo o comunicado.