BLOCO NÃO RECONHECE ELEIÇÃO

Europa estuda sanções a Belarus

Publicado em 15/08/2020 às 6:00
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A União Europeia anunciou ontem (14) que não reconhece o resultado da eleição presidencial na Belarus e vai estudar sanções contra o país, anunciou em rede social o alto representante para Relações Internacionais do bloco, Josep Borrell.

A comissão eleitoral bielorrussa divulgou ontem o resultado final do pleito, que dá ao atual líder autocrata, Aleksander Lukachenko, 80% dos votos, número contestado por líderes internacionais, oposição e milhares de pessoas que têm protestado desde o dia 9, data da votação.

Reprimidas com muita violência no início, as manifestações não recuaram. No sexto dia de atos, garotas de branco e flores nas mãos eram, outra vez, a face mais visível deles.

Quando a multidão convergiu para o prédio do Parlamento, em Minsk, pelo menos dois agentes de segurança baixaram seus escudos, fazendo com que as mulheres corressem para abraçá-los.

Mas a peça-chave desta sexta-feira foram os operários das grandes indústrias estatais.

Lukachenko, no poder há 26 anos, até tentou segurar o apoio dos trabalhadores, considerados espinha dorsal de seu apoio político -ele se apresenta como representante do "bielorrusso comum" e atribui qualquer manifestação de oposição a "desocupados de passado criminoso".

Ontem, porém, ele viu o terceiro dia de protestos em fábricas contra a repressão que já deixou ao menos dois mortos, centenas de feridos, milhares de presos e desaparecidos e um número crescente de denúncias de tortura.

"Agradeço aos colaboradores da BMZ [aço], da MAZ [montadora], do THP [parque tecnológico] e das demais equipes que aderiram [aos atos]", disse a principal candidata da oposição, Svetlana Tikhanovskaia, em vídeo gravado na Lituânia, para onde foi por questões de segurança, segundo sua campanha. Ela pediu o fim da violência e convocou novos atos para hoje e amanhã.

Na noite de quinta, sob pressão, o governo anunciou a liberação de cerca de 1.000 dos 7.000 presos desde domingo, e houve menos relatos de violência nos atos noturnos.

Apesar do aparente recuo, a Anistia Internacional, a Organização Mundial contra a Tortura e entidades de direitos humanos começaram a recolher provas para denunciar Lukachenko ao Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade.

Ao anunciar que não reconhece o resultado do pleito, a UE citou que deve sancionar os responsáveis por "falsificação e violência" na Belarus.

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