Ao menos 10 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, incluindo soldados e policiais, em duas explosões nesta segunda-feira (24) em uma ilha do sul das Filipinas que é um reduto do islamismo, anunciaram as autoridades locais.
O ataque aconteceu em Jolo, capital da província de maioria muçulmana de Sulu, onde as forças de segurança apoiadas pelo governo lutam há muitos anos contra o grupo Abu Sayyaf. Cinco soldados e quatro civis morreram na primeira explosão, provocada por uma bomba de fabricação caseira colocada em uma motocicleta estacionada fora de um supermercado, afirmou à imprensa o tenente Corleto Vinluan.
Dezesseis soldados ficaram feridos na explosão, assim como 20 civis, de acordo com fontes militares e a prefeitura. Um soldado viu uma pessoa deixando a motocicleta fora do supermercado, "onde havia muitas pessoas", incluindo militares. A explosão aconteceu de maneira imediata, afirmou o tenente Ronaldo Mateo.
"Nossos soldados estavam organizando operações para garantir a segurança. Neste momento aconteceu a explosão da bomba de fabricação caseira", completou. Pouco depois, uma segunda explosão aconteceu na mesma rua, quando um homem-bomba detonou a carga que transportava no momento em que a polícia isolava a área: uma pessoa morreu e seis oficiais ficaram feridos.
"O Abu Sayyaf provavelmente está por trás do atentado", afirmou Mateo. Considerado uma organização terrorista pelo governo dos Estados Unidos, o Abu Sayaf é uma rede de islamita filipinos acusada pelos atentados mais violentos no arquipélago, além de sequestros de turistas estrangeiros e missionários cristãos.
O grupo tem vínculos com militantes do Estado Islâmico (EI) e deseja instaurar um califado no sudeste da Ásia. As explosões desta segunda-feira aconteceram após a detenção, no início de agosto, do líder do Abu Sayyaf na ilha de Mindanao (sul do país).
As forças de segurança estavam em alerta para a possibilidade de ataques de represália após a detenção de Abdulyihad Susukan, que é acusado de sequestrar e decapitar muitos estrangeiros. Ele é acusado por 23 assassinatos, cinco sequestros e seis tentativas de assassinato. O porta-voz do presidente Rodrigo Duterte, Harry Roque, condenou o que chamou de "ataques vis" e expressou condolências às famílias e amigos das vítimas.
"Pedimos aos moradores de Jolo que permaneçam vigilantes e informem sobre qualquer atividade ou pessoa suspeita em suas áreas", disse Roque. A Guarda Costeira filipina emitiu um "alerta vermelho" para Sulu e várias zonas nesta região turbulenta. As explosões aconteceram perto de uma catedral católica em Jolo, onde dois homens-bomba executaram um atentado em janeiro de 2019 que matou 21 pessoas. O ataque foi atribuído ao Sayyaf.