A ameaça de atentados em países pacificados diminuiu este ano, provavelmente devido à restrição de deslocamentos por causa da pandemia, mas a estratégia do grupo Estado Isâmico (EI) parece inalterada, declarou nesta segunda-feira (24) um funcionário da ONU.
"Nas zonas de conflito, a ameaça aumentou, como mostra o reagrupamento e intensificação de atividades do EI no Iraque e na Síria", explicou diante do Conselho de Segurança da ONU Vladimir Voronkov, subsecretário-geral das Nações Unidas encarregado de contraterrorismo.
"Em zonas não afetadas por conflitos, a ameaça parece ter diminuído. As medidas para limitar o avanço da covid-19, como os confinamentos e a restrição de movimentos parecem ter reduzido o risco de ataques terroristas em muitos países", completou.
Segundo o subsecretário-geral da ONU, as consequências da pandemia dificultam o recrutamento de terroristas e o financiamento dos grupos.
Por outro lado, aumentaram as possibilidades de crimes cibernéticos.
"Não há uma indicação clara da mudança de orientação estratégica do EI com seu novo líder", disse Voronkov.
Amir Mohammed Said Abdel Rahman al-Mawla sucedeu o fundador do grupo terrorista, Abu Bakr al-Bahadi, morto no ano passado em um ataque dos Estados Unidos na Síria.
De acordo com Voronkov, o EI consolidou sua posição no Oriente Médio. A organização tem cerca de 10.000 combatentes ativos que deslocam entre Síria e Iraque.
No oeste da África, o EI conta com cerca de 3.500 combatentes e segue fortalecendo laços com grupos jihadistas locais.