A maioria dos adultos com lúpus ou artrite inflamatória não correm risco maior de hospitalização por COVID-19, apontaram dois estudos nesta terça-feira (25), uma notícia considerada tranquilizadora por pesquisadores.
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O lúpus e as formas mais comuns de artrite fazem com que o sistema imunológico de uma pessoa ataque o próprio tecido, provocando inflamações nas articulações, na pele, no fígado e em outras partes do corpo.
A maioria das pessoas afetada por essas doenças é do sexo feminino.
Os novos estudos foram publicados na revista científica Arthritis & Rheumatology e foram liderados por pesquisadores da Escola de Medicina Grossman da New York University.
A pesquisa, porém, descobriu que pacientes com artrite que tomaram medicação à base de esteroides, ao invés de medicamentos biológicos, corriam mais riscos de precisar de atendimento hospitalar.
No geral, os pesquisadores afirmaram que a descoberta foi positiva para os pacientes que sofrem dessas enfermidades e que viam-se em situação mais tensa por acreditar que estariam mais suscetíveis à COVID-19.
No primeiro estudo, pesquisadores monitoraram de perto a saúde de 226 adultos, de maioria negra, hispânica e do sexo feminino, que estavam sendo tratados para quadros de lúpus leve a grave entre 14 de abril e 1º de junho, no auge da pandemia em Nova York.
Dos 226 adultos, 24 das 83 pessoas diagnosticadas com COVID-19 foram hospitalizadas e quatro morreram.
No segundo estudo, pesquisadores monitoraram 103 adultos, de maioria branca e do sexo feminino, que receberam tratamento entre 3 de março e 4 de maio para artrite inflamatória. Todos os pacientes testaram positivo para COVID-19 ou provavelmente tinham sido contaminados pelo vírus.
Desses, 27 (26%) foram hospitalizados e quatro faleceram (4%). O resultado foi comparável à taxa flagrada em todos os nova-iorquinos (25%) que contraíram o coronavírus.
"Pessoas com lúpus ou artrite inflamatória tem o mesmo fator de risco para ficar gravemente doentes de COVID-19 do que pessoas que não têm essas enfermidades", concluiu a Dr. Ruth Fernandez-Ruiz, coautora de um dos estudos.
Os estudos também comprovaram que pacientes que usaram a hidroxicloroquina, muito usada no tratamento de doenças autoimunes, não corriam mais ou menos riscos de hospitalização.
A hidroxicloroquina está sendo separadamente estudada como possível tratamento para coronavírus. O fato dela não aumentar ou reduzir os riscos de hospitalização por COVID-19 é mais uma prova de que não serviria para este propósito.