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Walmart se junta à Microsoft em negociações e também quer adquirir o TikTok

O TikTok está no centro de uma tempestade diplomática entre os Estados Unidos e a China

AFP
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Publicado em 27/08/2020 às 20:01 | Atualizado em 27/08/2020 às 20:06
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ESTRATÉGIA Nova ferramenta "TikTok Pulse" ajudará na iniciativa de atrair mais anunciantes para a plataforma - FOTO: REPRODUÇÃO

A gigante varejista americana Walmart anunciou nesta quinta-feira (27) uma parceria com a Microsoft nas negociações para a compra do TikTok, a plataforma de vídeos chinesa que o presidente Donald Trump ameaçou proibir caso não seja passada para as mãos de uma empresa dos Estados Unidos.

O TikTok está no centro de uma tempestade diplomática entre Washington e Pequim e, em 6 de agosto, Trump assinou um decreto que deu às empresas americanas 45 dias para parar de fazer negócios com a ByteDance, companhia à qual pertence o aplicativo.

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A medida também estabeleceu um prazo, que termina em novembro, para a venda da plataforma, muito popular entre os mais jovens, a uma empresa americana.

"Estamos confiantes de que uma parceria entre a Walmart e a Microsoft atenderá às expectativas dos usuários do TikTok nos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, atenderá às preocupações dos reguladores americanos", disse a Walmart à AFP.

A rede de lojas de departamento está interessada principalmente nas "capacidades do TikTok para integrar o comércio online e a publicidade de uma forma vantajosa para criadores e usuários em outros mercados".

Segundo o canal CNBC, o TikTok está perto de um acordo com um comprador a quem venderia suas operações nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia por 20 a 30 bilhões de dólares. Outros potenciais compradores foram citados pela imprensa, incluindo o Twitter e o grupo de tecnologia Oracle, apoiado por Trump.

A Microsoft, porém, é a única com chances reais, de acordo com o analista Dan Ives, da firma de serviços financeiros Wedbush, que estima que a operação alcance um valor ainda mais alto, entre 35 e 40 bilhões de dólares.

"Os outros gigantes da tecnologia aparecem com dificuldades perante os reguladores no que diz respeito à concorrência. O grupo de Redmond (Microsoft) é o único com dinheiro, infraestrutura e rede de distribuição para chegar a um acordo", explicou em nota.

Donald Trump acusa o TikTok há meses, sem provas, de obter informações de seus usuários americanos para Pequim, em um contexto de grandes tensões com a China.

Trump assinou dois decretos para forçar a ByteDance a vender rapidamente as operações da plataforma nos EUA e pediu que uma parte da transação fosse para os cofres do Tesouro, uma ideia que atraiu críticas.

Na segunda-feira, o aplicativo entrou com uma ação na Justiça contra o governo dos Estados Unidos. No entanto, a renúncia na quarta-feira de Kevin Mayer, CEO do TikTok desde maio, enfraquece as chances da rede social de sobreviver sem uma sede no país.

Os setores de redes sociais e comércio online prosperaram durante a pandemia graças à demanda dos consumidores em casa, tanto por bens quanto por serviços.

No segundo trimestre, as vendas online da Walmart praticamente dobraram nos EUA em relação ao mesmo período de 2019. O grupo emprega mais de 2,2 milhões de pessoas em 27 países e contratou cerca de 500 mil trabalhadores a mais neste ano.

Desde seu lançamento internacional em 2017, o TikTok foi baixado 175 milhões de vezes nos Estados Unidos e mais de 1 bilhão de vezes no mundo.

A Walmart "é a peça que faltava no quebra-cabeça para consolidar as chances da Microsoft", disse Dan Ives. "Seria um Natal antecipado para os investidores", acrescentou. Ele acredita que, se a Microsoft administrar bem as coisas, o TikTok poderá valer 200 bilhões em alguns anos.

 

 

 

 

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