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Identidade real de autor de ataque em Paris é investigada

O homem morava há três anos em Paris

AFP
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Publicado em 28/09/2020 às 12:35
Alain JOCARD / AFP
As vítimas estão em situação muito grave, de acordo com a polícia de Paris - FOTO: Alain JOCARD / AFP

Três dias após o ataque com faca perto da antiga sede da revista satírica Charlie Hebdo em Paris, os investigadores tentam descobrir nesta segunda-feira (28) mais sobre a identidade do agressor, que afirma ser um paquistanês de 18 anos.

Este homem, que admitiu ter ferido gravemente dois funcionários da agência Premières Lignes na sexta-feira pensando que eram jornalistas da Charlie Hebdo, se apresentou como Hassan A., de 18 anos, nascido em Mandi Bahauddin, uma cidade agrícola de Punjab, no Paquistão.

Esta identidade corresponde a de um jovem que chegou à França ainda menor, há três anos. Ele esteve sob os cuidados do serviço social na região de Paris até completar 18 anos em agosto e não apresenta "nenhum sinal de radicalização", segundo as autoridades.

Mas, ao analisar o seu celular, os polícias da Direção-Geral de Segurança Nacional, encarregada da investigação pela Procuradoria-Geral Antiterrorista francesa, encontraram uma identidade com outro nome.

De acordo com o documento, Hassan A. na verdade se chamaria Zaheer Hassan Mehmood e teria 25 anos, disseram à AFP fontes próximas à investigação.

Em um vídeo reivindicando o crime, gravado antes do ataque, ele se apresentou com este nome, segundo uma fonte próxima à investigação.

No vídeo de dois minutos, que circulou nas redes sociais neste fim de semana, o homem assumiu a responsabilidade pelo atentado que estava prestes a cometer, sem jurar fidelidade a nenhuma organização.

Ele explicou que não suportou a republicação pela Charlie Hebdo "de caricaturas do profeta Maomé" que a tornaram alvo dos jihadistas em 2015. A publicação satírica as republicou na véspera do início do julgamento do atentado no início de setembro.

"Hoje, sexta-feira, 25 de setembro, vou condená-los", acrescentou o agressor no vídeo, alegando ter como "guia" o líder do Dawat-e-Islami, um grupo religioso apolítico e não violento de inspiração sufi com sede no Paquistão.

 

As buscas em duas supostas casas deste homem, em um hotel-abrigo em Cergy-Pontoise e em um apartamento em Pantin, perto de Paris, levaram à apreensão de equipamentos, inclusive telefones celulares, cuja análise poderia permitir um melhor entendimento de seu passado, antes de sua chegada à França em 2018.

A custódia policial do agressor, que fala mal o idioma francês e é auxiliado por um intérprete de urdu, foi prolongada por 48 horas no domingo, segundo uma fonte judicial à AFP.

Outras cinco pessoas permanecem sob custódia policial nesta segunda-feira: três ex-colegas de quarto do principal suspeito em seu apartamento em Pantin, seu irmão mais novo e um conhecido.

Os investigadores procuram compreender o "ambiente" em que o agressor vivia. Segundo uma fonte próxima ao caso, "tudo indica que ele agiu sozinho".

Cinco outras pessoas já foram libertadas, incluindo Yussef, um argelino de 33 anos inicialmente considerado suspeito, e que foi liberado na sexta-feira depois que foi comprovado que ele havia na verdade tentado prender o agressor.

"Eu queria ser um herói, acabei atrás das grades", afirmou à imprensa.

 

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