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EUA autorizam retomada de testes de duas vacinas

A vacina em desenvolvimento pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford teve seus testes retomados no país

AFP
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Publicado em 23/10/2020 às 21:49 | Atualizado em 23/10/2020 às 21:49
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Meta é imunizar pelo menos 95% dos grupos elegíveis para sarampo e 90% para influenza - FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Duas grandes farmacêuticas irão retomar os testes clínicos de suas vacinas experimentais contra a Covid-19 nos Estados Unidos, o que aumentará as chances de contar com uma ou várias vacinas no começo de 2021.

A vacina em desenvolvimento pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford teve seus testes retomados no país, informou a empresa nesta sexta-feira, após seis semanas de interrupção.

A Johnson & Johnson anunciou, também hoje, que irá reiniciá-los em breve, depois de ter recebido autorização da comissão independente que avaliou o caso de um paciente que participou dos experimentos e que contraiu neste mês uma doença inexplicável.

Um total de dez vacinas - europeias, americanas, chinesas e russas - estão atualmente sendo testadas em grande escala em todo o mundo em dezenas de milhares de voluntários.

O medo dos reguladores é que tenham efeitos colaterais graves. Se um participante adoece, os testes são suspensos enquanto se examina se a vacina experimental tem relação com a origem de suas doenças.

Em relação à desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, o Reino Unido concluiu após vários dias de análise que o produto era seguro. O mesmo fizeram mais tarde autoridades de África do Sul, Brasil e Japão.

Nos Estados Unidos, por sua vez, os testes da Johnson & Johnson foram suspensos em 6 de setembro sem que as autoridades de saúde dessem explicações sobre os motivos de uma medida tão prolongada.

"A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) autorizou hoje (sexta-feira) o reinício nos Estados Unidos, depois da retomada dos testes em outros países nas últimas semanas", informou a AstraZeneca em um comunicado.

"A FDA examinou o conjunto de informações de segurança das pesquisas mundiais e concluiu que os testes podem ser retomados com segurança", acrescentou.

A AstraZeneca informou que os resultados do teste são aguardados para este ano, embora isso vá depender do ritmo do surto onde a vacina esteja sendo testada.

O teste foi suspenso em todo o mundo em 6 de setembro, mas foi retomado poucos dias depois no Reino Unido e nas semanas seguintes em África do Sul, Brasil e Japão, depois que as respectivas autoridades sanitárias consideraram que a doença aparentemente não estava relacionada com a vacina.

"A retomada dos testes clínicos em todo o mundo é uma excelente notícia", disse o diretor-executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, em comunicado.

Muitos países confiam nesta vacina. A AstraZeneca pré-vendeu centenas de milhões de doses em vários continentes e assinou convênios com outros fabricantes para produzir as doses localmente. A demanda esperada chega a um bilhão de doses.

 

A J&J informou nesta sexta-feira que, após a aprovação de um comitê independente, planeja "retomar o recrutamento" para os testes da fase 3 - que começaram no final de setembro - e planeja recrutar 60.000 participantes.

"A empresa não encontrou evidências de que a vacina candidata tenha causado o incidente", ressaltou a empresa em comunicado.

A vantagem desta vacina é que só é necessária uma dose da mesma, em vez das duas previstas por suas concorrentes. "Se tudo correr bem, prevemos que o teste poderá avançar rapidamente", indicou o vice-diretor da equipe de saúde e serviços humanos dos EUA, Paul Mango.

O governo Donald Trump espera ter uma vacina antes do final de dezembro e está implementando uma logística para distribuição em massa. As duas vacinas que esperam obter a aprovação da FDA são a da Pfizer e a da Moderna. As duas empresas, americanas, preveem pedir uma autorização na segunda quinzena de novembro. A FDA não informou quando se pronunciaria.

 


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