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Trump ou Biden? Americanos votam em eleição sob tensão máxima

O país também se prepara para eleições marcadas pela incerteza, já que o elevado percentual de votos emitidos por correio devido à pandemia do coronavírus dificultam o anúncio do resultado ainda na terça-feira à noite

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Publicado em 03/11/2020 às 9:40 | Atualizado em 03/11/2020 às 10:33
JIM WATSON, BRENDAN SMIALOWSKI / AFP
Equipe de Joe Biden já conta com plano para revidar ataques de Donald Trump - FOTO: JIM WATSON, BRENDAN SMIALOWSKI / AFP

Dezenas de milhões de americanos comparecem às urnas nesta terça-feira, 3 de novembro, para escolher entre o presidente Donald Trump e o candidato democrata Joe Biden, em eleições que marcam a divisão e a polarização nos Estados Unidos, país abalado pela pandemia de covid-19 e a crise econômica.

O país também se prepara para eleições marcadas pela incerteza, já que o elevado percentual de votos emitidos por correio devido à pandemia do coronavírus dificultam o anúncio do resultado ainda na terça-feira à noite e o presidente já afirmou que seus advogados estão prontos para uma disputa judicial.

Às 6h00 (8h00 de Brasília), os centros de votação foram abertos em Nova York e também em pontos em outros estados como New Jersey, Connecticut, Maine e Virginia.

Dixville Notch, um vilarejo de doze habitantes no nordeste dos Estados Unidos, já havia cumprido sua tradição de ser a primeira cidade a abrir as urnas à meia-noite.

Biden, que foi vice-presidente de Barack Obama e tem 77 anos, lidera as pesquisas e espera conquistar a Casa Branca para os democratas.

O presidente republicano, de 74 anos, demonstrou uma grande energia nos últimos dias e seguiu um ritmo frenético de campanha. Ele promete voltar a surpreender e contrariar as pesquisas, como fez em 2016.

"Vamos ter outra vitória maravilhosa", afirmou Trump para simpatizantes em Grand Rapids, Michigan, mesmo local em que encerrou a campanha há quatro anos.

No fim de sua campanha em Pittsburgh, Biden afirmou que o objetivo será "curar o país" e pediu a todos que "se levantem e recuperem" a democracia.

A disputa eleitoral foi marcada pela pandemia de covid-19, que provocou mais de 231.000 mortes no país.

Biden acusa o presidente - que foi hospitalizado depois de contrair a covid-19 - de "propagar" o vírus em seus comícios e Trump respondeu com a alegação de que o rival pretende "fechar" o país. 

"Não posso suportar mais quatro anos de Trump", declarou à AFP em Pittsburgh Jane Perry, uma aposentada que compareceu a um evento de campanha de Biden apresentado pela cantora Lady Gaga.

 

Do lado do presidente, Lara Schmidt, 42 de anos, repetiu com fervor as acusações do presidente sobre a votação antecipada. "Se os votos por correspondência acontecem de maneira ilegal, vou ajoelhar e rezar", disse.

Quase 100 milhões de americanos votaram de maneira antecipada para evitar as aglomerações em um momento de aceleração dos casos da covid-19.

Em alguns estados, os votos emitidos pelo correio podem chegar vários dias após as eleições, o que antecipa uma apuração complicada.

 

Diante da incerteza, várias cidades, incluindo Washington e Nova York, blindaram estabelecimentos comerciais e prédios como proteção a eventuais distúrbios.

O FBI advertiu para potenciais confrontos em Portland, cidade que virou um símbolo da divisão nos Estados Unidos e cenário de protestos contra o racismo.

Este foi um dos temas que marcaram a campanha após as grandes manifestações em junho, motivadas pela morte de um cidadão negro por um policial branco.

Para Trump, a mensagem se concentrou em repetir o mantra de "lei e ordem" e acusar o rival de ser "socialista", com a advertência de que sob mandato democrata os Estados Unidos poderiam virar Cuba ou Venezuela.

Os democratas - que tentaram sem êxito um julgamento político contra Trump por abuso de poder - alertaram para as consequências potencialmente devastadoras de um segundo mandato do republicano.

Duas visões em confronto. De um lado o presidente, com o lema "Estados Unidos em primeiro lugar" e que, apesar de ter passado quatro anos como governo em Washington, continua se apresentando como um 'outsider' político.

Do outro lado está um veterano da política, que passou 36 anos no Senado e oito como vice-presidente. Biden venceu as primárias com uma mensagem simples: vencer Donald Trump, que chamou de "pior presidente" da história.

 

As eleições contam com 32 milhões de latinos registrados para votar, mas há quatro anos apenas 47,6% do grupo compareceram às urnas.

Desta minoria - que pode se crucial em alguns estados -, as pesquisas apontam que 69% apoiam Biden e 26% Trump.

Consciente do peso deste eleitorado, Trump tuitou em espanhol na segunda-feira seu plano para os "hispano-americanos", que prevê incluir na economia 500.000 negócios de latinos e criar dois milhões de novos empregos.

Nesta terça-feira, os olhares estão voltados para a Flórida, um dos grandes estados pendulares que pode ser uma das regiões decisivas para a conquista da Casa Branca. Em 2016 Trump venceu no estado, mas agora as pesquisas apontam uma leve vantagem de Biden, mas dentro da margem de erro.

Outro local que concentrará a atenção é a Pensilvânia, estado natal de Biden, onde as intenções de voto apontam a vantagem do democrata, mas também dentro da incerteza da margem de erro.

Twitter e Facebook marcaram como "enganosa" uma mensagem postada na segunda-feira pelo presidente, na qual ele afirmava que a votação por correio na Pensilvânia levaria à fraude "desenfreada" e à violência nas ruas.

A Suprema Corte provocou um revés para a campanha de reeleição de Trump na semana passada, quando permitiu que os votos emitidos pelo correio neste estado sejam contados até três dias após a noite da eleição.

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