Eleições americanas

Trump tuíta "ele ganhou" sobre a vitória de Biden mas não admite derrota

No domingo de manhã, em meio a uma série sucessiva de tuítes, o magnata republicano se referiu explicitamente pela primeira vez sobre a vitória de Biden

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Publicado em 15/11/2020 às 18:10 | Atualizado em 15/11/2020 às 18:11
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Em meio a uma série sucessiva de tuítes, o magnata republicano se referiu explicitamente pela primeira vez sobre a vitória de Biden - FOTO: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP

WASHINGTON - Oito dias após o anúncio dos resultados da eleição presidencial nos Estados Unidos, Donald Trump ainda não reconheceu sua derrota para Joe Biden. Embora pareça perto de fazê-lo, com pequenos sinais ou lapsos sucessivos.
No domingo de manhã, em meio a uma série sucessiva de tuítes, o magnata republicano se referiu explicitamente pela primeira vez sobre a vitória de Biden.
"Ele venceu porque a eleição foi fraudada", tuitou o presidente na manhã deste domingo, referindo-se ao ex-vice-presidente de Barack Obama.
Assim, Trump evocou novamente sua hipótese de uma fraude, que não foi respaldada por nenhuma evidência concreta. Mas as duas primeiras palavras de seu tweet ("Ele ganhou") chamaram a atenção, já que é a primeira vez que ele as diz após o anúncio dos resultados.
Porém, pouco mais de uma hora depois, e frente a uma avalanche de reações após sua mensagem, ele continuou energicamente, mas com outro sentido.
"Apenas ganhou sob os olhos da MÍDIA FAKE NEWS", acrescentou.
"Eu não reconheço NADA! Ainda temos um longo caminho a percorrer. A eleição foi FRAUDADA!", acrescentou o presidente em exercício, que falhou à reeleição, ao contrário dos seus três antecessores Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton.
Várias mensagens foram rotuladas pelo Twitter avisando que "essa afirmação de fraude eleitoral é controversa".
Na sexta-feira, Trump se referiu pela primeira vez - embora que pouco - à vitória de seu adversário democrata ao dar a entender, antes de se retratar, que ele não estaria mais à frente da gestão da pandemia do novo coronavírus a partir de 20 de janeiro, dia da cerimônia de posse presidencial.
Desde 3 de novembro, quando todos os resultados ainda não tinham sido divulgados, Trump adotou uma postura muito beligerante, prometendo uma verdadeira guerra judicial.
Milhares de seus apoiadores se manifestaram em Washington no sábado, apoiando suas acusações de fraude em um protesto que terminou com alguns confrontos com grupos rivais.
Ao menos 20 pessoas foram presas, segundo a imprensa local, incluindo quatro por violação da lei sobre armas de fogo e uma por violência contra um policial.
Mas assim que a vitória de Joe Biden foi divulgada em 8 de novembro, a maioria dos líderes mundiais parabenizaram o democrata, reforçando a ideia de que ninguém - nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar - levava a sério as ações legais tomadas pela equipe Trump.
Com a falta de provas que corroborem sua hipótese de que houve fraude, a maioria dessas acusações foram rejeitadas pelos tribunais.
Os resultados de todos os estados já foram divulgados pelas grandes emissoras do país. Biden obteve 306 votos eleitorais, contra 232 do presidente republicano: exatamente os mesmos números, mas ao contrário, como na vitória do magnata republicano - então descrito por ele como um "maremoto" - contra Hillary Clinton, em 2016.
E várias autoridades eleitorais locais e nacionais, incluindo a agência de cibersegurança e de infraestrutura (CISA) - que depende do Ministério da Segurança Interna - refutaram frontalmente as acusações de irregularidades feitas pelo presidente.
"A eleição de 3 de novembro foi a mais segura da história dos Estados Unidos", anunciaram em um comunicado conjunto.
"Não há evidências de um sistema de votação que tenha apagado, perdido ou alterado as cédulas, ou que foi hackeado de alguma forma".

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