Reformas e vacina da cúpula do Brics

EMERGENTES Grupo que agrega Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reuniu nesta terça

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Publicado em 18/11/2020 às 2:00
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REUNIÃO Brasil apoiou a eleição da Rússia para a presidência do grupo em 2020; para 2021 apoio será para a Índia - FOTO: ALEXEY NIKOLSKY/SPUTNIK/AFP
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Em discurso na cúpula do Brics, grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, ontem (17), que é preciso promover reformas em entidades internacionais. Ele defendeu mudanças na Organização Mundial da Saúde (OMS) e na Organização Mundial do Comércio (OMC), além de reforçar o pedido por um assento permanente do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Bolsonaro citou ter sido contra a "politização do vírus" durante a pandemia da covid-19 e reiterou as críticas à atuação da OMS durante a crise sanitária do novo coronavírus. "Desde o início também critiquei a politização do vírus e o pretenso monopólio do conhecimento por parte da OMS, que necessita urgentemente sim de reformas", declarou. "Temos que reconhecer a realidade de que não foram os organismos internacionais que superaram desafios, mas sim a coordenação entre os nossos países", disse.

Sobre a OMC, o presidente avaliou como necessária uma reforma na entidade para a retomada da economia em nível global. "A reforma da OMC é fundamental para retomada do crescimento econômico global. É necessário prestigiar propostas de redução dos subsídios para bens agrícolas com a mesma ênfase que alguns países buscam promover o comércio de bens industriais".

Bolsonaro defendeu ainda mudanças no Conselho de Segurança da ONU. "Não há exemplo mais claro da necessidade de democratizar a governança internacional do que a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas", destacou.

Apesar de parabenizar a atuação da Rússia, que preside o bloco neste ano, Bolsonaro indicou que os Brics precisa de maior coordenação para que Brasil, Índia e África do Sul a assentos no Conselho de Segurança conquistem assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU.

"Assim como o Brics alcança consenso e manifesta opiniões comuns em diversos temas também é preciso que o Brics se coordene para apoiar as legítimas aspirações de Brasil, Índia e África do Sul a assentos no Conselho de Segurança", disse.

O Conselho de Segurança é formado por Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, membros permanentes, e por outros dez eleitos para mandatos de dois anos. O Brasil é um dos países que mais ocupou o posto de membro rotativo.

VACINA RUSSA

Também no encontro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, estimulou os outros quatro países integrantes do Brics - Brasil, Índia, China e África do Sul - para que produzam vacinas russas desenvolvidas contra a covid-19. Ele, porém, não apresentou detalhes específicos sobre o que implicaria os amplos esforços entre os cinco países membros do agrupamento, tampouco em que condições comerciais isto poderia acontecer.

Ele disse que a Rússia tem acordos em vigor com a Índia e Brasil para organizar testes clínicos da vacina Sputnik V, e que China e Índia criarão centros de produção de vacinas russas.

Moscou registrou, até o momento, duas vacinas contra o coronavírus, enquanto se intensifica uma corrida mundial para produzir uma eficaz para o combate da pandemia, que já provocou 1,3 milhão de mortes no mundo.

Em agosto, a Rússia anunciou o registro da primeira vacina do mundo, a Sputnik V, mas sem organizar testes clínicos em larga escala. No mês passado, Putin anunciou que o país registrou a segunda vacina contra o coronavírus, a EpiVacCorona.

A Rússia solicitou à OMS o registro de forma acelerada e a pré-qualificação da Sputnik V, que afirma possuir 92% de eficácia. Alguns cientistas ocidentais expressaram ceticismo com a vacina, advertindo que queimar etapas muito rápido pode ser perigoso.

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