A Comissão Europeia recomendou nesta terça-feira(21) aos países do bloco que facilitem a retomada do tráfego com o Reino Unido, cujo isolamento devido a uma nova cepa do coronavírus semeou o caos em suas conexões com o continente.
Bruxelas pediu que a retomada das "viagens essenciais" seja facilitada para "evitar interrupções na cadeia de abastecimento" e, assim, permitir que milhares de cidadãos da UE e do Reino Unido voltem para casa.
A França deu um primeiro passo neste sentido, ao anunciar nesta terça-feira que vai autorizar, a partir de quarta, o regresso do Reino Unido de pessoas que residam na França ou no espaço europeu, ou sempre que "necessitarem fazer deslocamentos essenciais", e quando apresentarem teste negativo para covid-19 de "menos de 72 horas".
A Alemanha, ao contrário, decidiu prolongar até 6 de janeiro o fechamento das fronteiras para pessoas procedentes do Reino Unido e África do Sul, país que também detectou uma variante do vírus.
Devido ao surgimento da mutação do SARS-CoV-2, cerca de 50 países suspenderam ou restringiram as conexões com o Reino Unido, que ficou praticamente isolado.
Muitos viajantes foram abandonados à própria sorte depois das suspensões de suas conexões aéreas e alguns deles temiam não poder ver sua família no feriado do Ano Novo.
A UE está tentando harmonizar as medidas postas em prática por seus membros para evitar a propagação da variante do vírus detectado no Reino Unido, enquanto a divisão europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS) deve se reunir na quarta-feira pela manhã para discutir a estratégia no continente.
E enquanto vários países planejam iniciar a vacinação no domingo, o laboratório alemão BioNTech, criador junto com a gigante americana Pfizer da primeira vacina aprovada internacionalmente contra a covid-19, garantiu que poderá fornecer, se necessário, "em seis semanas" vacina adaptada à nova cepa de covid registrada no Reino Unido.
Mesmo assim, a OMS tentou transmitir uma mensagem tranquilizadora na segunda-feira, apontando que a nova cepa "não está fora de controle", como afirmou o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que na segunda-feira aprovou a vacina Pfizer/BioNTech, afirmou que não está muito preocupada e reiterou que não existe nenhuma prova de que o tratamento não protegeria contra esta mutação do vírus.
O Vaticano, que informou nesta terça-feira que dois cardeais muito próximos do papa Francisco testaram positivo para o coronavírus, fez um apelo para que os católicos se vacinem, ao considerar que todas as vacinas desenvolvidas são "moralmente aceitáveis".
Em todo o planeta, a pandemia provocou mais de 1,7 milhão de mortes e 77,2 milhões de casos, de acordo com o balanço da AFP com base em números oficiais.
Na Irlanda, que enfrenta um crescimento "extraordinário" nos casos de covid-19, um confinamento será restabelecido de 24 de dezembro a 12 de janeiro, porém, um pouco mais flexível.
Na Tailândia, estuda-se a implementação de um confinamento abrangente, depois que mais de 1.000 casos de covid-19 foram registrados como resultado da infecção de um vendedor de camarão no mercado de Mahachai, a sudoeste de Bangcoc.
Os Estados Unidos seguem sendo o país mais afetado pela doença com mais de 18 milhões de casos e de 319.000 mortes desde o início da pandemia, segundo números divulgados na segunda-feira pela Universidade Johns Hopkins.
O Congresso americano aprovou um plano de apoio para famílias e empresas de quase 900 bilhões de dólares, um respiro para milhões de desempregados que temiam o fim dos subsídios após o Natal.
Nesta terça-feira, recebeu a vacina o imunologista Anthony Fauci, nomeado conselheiro sobre a covid-19 pelo presidente eleito Joe Biden, que recebeu a primeira dose da vacina Pfizer/BioNTech diante de câmeras de televisão no dia anterior.
Além disso, o país autorizou a vacina do laboratório Moderna.
Na América Latina e no Caribe, a pandemia já causou mais de 486.000 mortes e mais de 14,7 milhões de infecções. O Brasil é o país mais enlutado na região, com mais de 187.000 óbitos.
O México receberia um primeiro lote de vacinas Pfizer / BioNTech nesta quarta-feira, anunciou o chanceler Marcelo Ebrard na terça-feira, que não especificou quando terá início a campanha de vacinação, embora o governo tenha informado anteriormente que espera que seja neste ano.
De acordo com o ministro, esse pacote, da Bélgica, vai incluir 1,4 milhão de doses das 34,4 milhões que a Pfizer / BioNTech prometeu entregar entre esta quarta-feira e 31 de janeiro.
No país de 129 milhões de habitantes, a covid-19 causou mais de 118.600 mortes e 1,3 milhão de infecções até o momento.
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