Covid-19

Fim de semana sem praia no Rio e reconfinamento na Europa devido ao aumento de infecções

Às restrições de movimento, a Europa acrescenta uma lenta campanha de vacinação e polêmica sobre o medicamento fornecido pela AstraZeneca

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AFP

Publicado em 21/03/2021 às 12:38 | Atualizado em 21/03/2021 às 12:39
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Os cariocas não poderão desfrutar de suas praias neste final de semana, fechadas para conter o coronavírus que só na sexta-feira deixou mais de 2.800 mortos no Brasil, enquanto milhões de franceses e poloneses iniciaram um bloqueio para controlar infecções.

Às restrições de movimento, a Europa acrescenta uma lenta campanha de vacinação e polêmica sobre o medicamento fornecido pela AstraZeneca.

Esta vacina voltou a ser administrada desde sexta-feira, por ser considerada "segura e eficaz", depois de ter sido suspensa por quinze países, mas a União Europeia só recebeu 30% dos 90 milhões de doses acordados para o primeiro trimestre, disse neste sábado(20) a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen .

Leyen ameaçou, assim, bloquear as exportações da vacina AstraZeneca, fabricada na Europa e destinada a outros países, caso o bloco não receba primeiro as doses prometidas.

"Esta é a nossa mensagem para a AstraZeneca: respeite o contrato com a Europa antes de começar a fornecer [doses] para outros países", disse Von der Leyen.

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Em todo o mundo, a pandemia já matou mais de 2,7 milhões de pessoas e infectou mais de 122 milhões.

Nos Estados Unidos, o país mais em luto pelo coronavírus, a taxa de vacinação acelerou nas últimas semanas, com uma média atual de 2,4 milhões de doses por dia e a meta de 100 milhões de imunizados já foi atingida nos primeiros 100 dias do governo de Joe Biden, com um mês de antecedência.

No Brasil, a pandemia parece estar fora de controle. A média diária de mortes dobrou (de 1.000 para 2.000), em relação ao mês passado e o país já acumula um balanço fatal de mais de 290.000 mortes por covid-19 e 11,8 milhões de infecções.

O gigante sul-americano vive o pior momento da pandemia: dos 27 estados brasileiros, 25 possuem ocupação igual ou superior a 80% em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

No Rio, esse percentual chega a 95%, segundo as autoridades. A situação é "muito crítica", resumiu o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, após anunciar o fechamento das praias neste final de semana. "Digo aos cariocas: é hora de ficar em casa", pediu aos moradores da cidade, anunciando que "medidas mais restritivas" serão anunciadas na segunda-feira.

As medidas adotadas por governadores e prefeitos não têm sido suficientes para controlar a segunda onda da pandemia ou para convencer o presidente Jair Bolsonaro da necessidade de reforçar o isolamento social.

Em São Paulo, capital econômica e financeira do país, uma série de feriados foi anunciada para reduzir a circulação e as viagens.

A montadora Volkswagen anunciou a suspensão a partir desta quarta-feira e por 12 dias da fabricação de veículos em suas quatro fábricas no Brasil, "com o objetivo de preservar a saúde de seus funcionários e familiares".

A América Latina e o Caribe já registram mais de 737.000 mortes e 23 milhões de infecções.

O Chile ultrapassou pela primeira vez neste sábado 7.000 casos diários de covid-19, uma situação que levou o governo a confinar cerca de 28 municípios e colocar em quarentena todos os viajantes. Até o momento, o país registrou 22.180 mortes.

A situação também não é boa na Venezuela, onde o governo anunciou que o país está sofrendo uma segunda onda "mais virulenta" do que a registrada em 2020, em decorrência de uma variante do vírus que surgiu no vizinho Brasil.

As autoridades venezuelanas registraram 149.145 infecções e 1.475 mortes no país de 30 milhões de habitantes, mas a oposição e as ONGs questionam os números.

Desde sábado, os poloneses e um terço dos franceses devem respeitar as medidas de confinamento para tentar conter as infecções.

Um total de 21 milhões de franceses, incluindo parisienses, terão que respeitar as novas medidas, que são menos severas do que as aplicadas há um ano, quando estourou a pandemia. Durante pelo menos um mês, as lojas não essenciais estarão fechadas, não será permitido viajar entre as regiões e saídas de casa devem ser justificadas.

Na Polônia, diante da piora da situação sanitária, o governo ordenou um bloqueio parcial por pelo menos três semanas, após ter abrandado as restrições em fevereiro.

Milhares de pessoas protestaram contra medidas restritivas impostas em combate à pandemia na Alemanha, Reino Unido, Suíça, Holanda e Áustria neste sábado, em muitos casos com violência e sem máscaras.

A manifestação de maior destaque ocorreu na cidade alemã de Kassel, onde se reuniram entre 15.000 e 20.000 pessoas, que exibiam cartazes com dizeres como "Chega de confinamento" e "Rebeldes Corona".

Também neste sábado, foi anunciado oficialmente que não haverá espectadores de outros países nas arquibancadas dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que serão realizados em julho e agosto, devido a riscos sanitários.

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