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Israel bombardeia Gaza pelo ar e com artilharia em escalada militar que deixou mais de 120 mortos

Durante a noite, o exército israelense anunciou ter intensificado os bombardeios

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AFP

Publicado em 15/05/2021 às 1:00
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Israel prosseguia nesta sexta-feira (14) com os bombardeios e tiros de artilharia sobre Gaza, em uma escalada militar com os islamitas do Hamas, que governam a Faixa, que desde segunda-feira provocou mais de 120 mortes, em sua maioria de palestinos.

Durante a noite, o exército israelense anunciou ter intensificado os bombardeios para "infligir graves danos aos túneis" que permitem a combatentes e dirigentes do Hamas - que lançou centenas de foguetes contra Israel - circular e atravessar a Faixa de Gaza sem a detecção pelas câmeras israelenses ou, inclusive, passar para o outro lado da fronteira.

Diante dos disparos de artilharia dos tanques israelenses concentrados ao longo da fronteira com o enclave, centenas de moradores de Gaza abandonavam suas casas, relataram testemunhas.

"Os bombardeios são demenciais, como nos jogos eletrônicos. É um verdadeiro filme de terror", declarou à AFP Muhamad Najib, de 16 anos e morador de Gaza, para quem "jamais poderá existir" paz com Israel.

O exército israelense afirma que bombardeou 150 alvos, enquanto os foguetes do Hamas foram lançados contra cidades israelenses do sul, como Sderot, Ashkelon e Beersheva, no deserto do Neguev.

 

 


Desde a segunda-feira, quando começou o novo ciclo de violência, 119 palestinos, incluindo 31 menores de idade, morreram na Faixa de Gaza, e 830 ficaram feridos, de acordo com o balanço do ministério da Saúde.

Em Israel, onde o sistema antimísseis "Domo de Ferro" interceptou quase 90% dos 1.800 foguetes lançados esta semana a partir de Gaza, o balanço é de oito mortos.

O exército mobilizou na quinta-feira carros e outros veículos blindados ao longo da barreira que separa Israel do território palestino, de onde as tropas do Estado hebreu se retiraram de maneira unilateral em 2005.

Pouco depois da meia-noite, o porta-voz militar afirmou que soldados israelenses entraram no território de Gaza, antes de desmentir a declaração alegando um "problema de comunicação interno".

Neste contexto, a partir do vizinho Líbano foram lançados três foguetes na quinta-feira à noite contra Israel, mas os projéteis caíram no Mediterrâneo, de acordo com o exército. De acordo com uma fonte militar libanesa, os projéteis vieram de um setor próximo a um campo de refugiados palestinos.

O novo conflito explodiu depois do lançamento a partir de Gaza de uma série de foguetes contra Israel em "solidariedade" aos mais de 700 palestinos feridos em confrontos com a polícia israelense na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental, um setor palestino ocupado por Israel desde 1967.

Os distúrbios na esplanada, terceiro lugar sagrado do Islã, foram o culminar de fortes tensões e confrontos em Jerusalém Oriental, principalmente devido à ameaça de expulsão de famílias palestinas em favor de colonos judeus em um bairro da Cidade Sagrada.

 

Além do conflito com o Hamas, também existe a escalada entre árabes e judeus em várias cidades mistas de Israel, um nível de violência que não era observado há décadas, de acordo com a polícia israelense.

Quase 1.000 membros da polícia de fronteira foram convocados para reforçar a segurança das cidades, palco de distúrbios intercomunitários desde terça-feira. Mais de 400 pessoas, judeus e árabes, foram presas nos últimos três dias.

Na noite de quinta-feira, um homem abriu fogo com uma arma semiautomática contra um grupo de judeus, ferindo uma pessoa em Lod, perto de Tel Aviv, segundo uma testemunha e a polícia. Uma sinagoga foi incendiada e 43 pessoas detidas.

Grupos israelenses de extrema direita entraram em confronto nas cidades com forças de segurança israelenses e árabes-israelenses, descendentes de palestinos que permaneceram em suas terras após a criação de Israel em 1948.

Diante da intensificação do conflito armado entre Israel e o Hamas, o Conselho de Segurança da ONU deve organizar no domingo uma reunião virtual pública para debater a crise. Representantes de Israel e dos palestinos devem participar, assim como o emissário das Nações Unidas para o Oriente Médio, Tor Wennesland, que esta semana disse temer que a situação leve a uma "guerra em larga escala".

 

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