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Vídeo: Israel lança campanha da terceira dose de vacina contra covid-19

Israel começou a administrar nesta sexta-feira (30) uma terceira dose em pessoas com mais de 60 anos

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AFP

Publicado em 31/07/2021 às 1:00
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Enquanto muitos países ocidentais ainda se esforçam para aplicar o esquema completo de vacinação anticovid-19 à sua população, Israel entra em um terreno desconhecido, ao começar a administrar, a partir desta sexta-feira (30), uma terceira dose em pessoas com mais de 60 anos.

Para promover a campanha, o presidente Isaac Herzog, 60, e sua mulher, Michal, receberam a terceira dose do imunizante da Pfizer/BioNTech no Hospital Sheba, no subúrbio de Tel Aviv. O ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também foi vacinado com a terceira dose.

"Começamos a campanha de reforço da vacinação, para que a vida possa voltar ao normal o mais rápido possível", declarou o presidente Herzog, após ser vacinado.

A administração de três doses da vacina anticovid-19 reforça a proteção contra a contagiosa variante Delta, segundo o laboratório da Pfizer, mas não foi aprovada pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos, nem da União Europeia.

A decisão de Israel "se baseia na opinião de especialistas, na lógica, mas não em evidência científica sólida. Mas tudo bem", disse à AFP Hagai Levine, epidemiologista da Universidade Hebraica de Jerusalém.

"Na saúde pública e na medicina, às vezes você toma decisões com base em sua experiência e no seu raciocínio", acrescentou.

Israel fez uma rápida campanha de vacinação, graças a um acordo com a Pfizer/BioNTech, e suspendeu muitas restrições em junho, quando os novos casos de covid-19 caíram de 10.000 para menos de 100 por dia.

Nas últimas semanas, porém, o número de contágios voltou a subir, e medidas como o uso obrigatório de máscara em espaços públicos fechados voltaram a ser adotadas.

55% da população vacinada 

No território, 55% de seus nove milhões de habitantes completaram o esquema de vacinação, mas cerca de um milhão rejeita ser vacinado.

Diante do aumento de casos, o primeiro-ministro Naftali Bennett anunciou uma campanha para injetar uma terceira dose em pessoas com 60 anos, ou mais, devido ao temor despertado pela variante Delta.

Em meados de julho, o governo havia autorizado essa terceira injeção para pacientes com quadro de imunodepressão severa, ou seja, aqueles cujo frágil sistema imunológico os torna particularmente vulneráveis ao vírus.

"Israel é o pioneiro, tomando a dianteira com uma terceira dose da vacina para pessoas com 60 anos e mais", disse Bennett, de 49, que acompanhou o presidente Herzog ao hospital nesta sexta-feira.

"A única maneira de vencer a covid é agirmos juntos. Juntos significa compartilhar informações, métodos, conselhos, etapas práticas. O Estado de Israel está aberto a compartilhar todas as informações que obterá desta medida audaciosa", acrescentou.

De acordo com a Pfizer, que produz a vacina mais usada em Israel, "novos estudos mostram que uma terceira dose tem efeitos neutralizadores contra a variante delta, [que são] cinco vezes mais elevados entre os jovens e mais de 11 vezes entre os mais velhos".

Por enquanto, porém, a agência responsável pelo setor de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), cujas recomendações são, em geral, seguidas por Israel, não deu sinal verde para a injeção de uma terceira dose.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lembrou nesta sexta que agora a prioridade é ajudar os países em dificuldades e com menor percentual de população vacinada.

"Nestes momentos (...), todas as vacinas parecem ter um impacto positivo para evitar os casos graves, as hospitalizações e as mortes", declarou o doutor Bruce Aylward, encarregado na OMS de supervisionar o sistema de distribuição internacional de vacinas do mecanismo Covax.

Por este motivo, a prioridade é "fornecer pelo menos duas doses da vacina (...), sobretudo a profissionais de saúde, aos idosos e às pessoas com comorbilidades" para alcançar o objetivo mínimo da OMS de pelo menos 10% da população de cada país vacinada antes do fim de setembro, acrescentou.

Nas últimas 24 horas, Israel registrou mais de 2.100 casos de covid-19, conforme dados divulgados nesta sexta. Além disso, 286 pacientes se encontram internados, 160 deles em estado crítico.

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