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Talibãs capturam segunda capital provincial no Afeganistão em menos de 24 horas

"Infelizmente, Sibargan foi capturada pelos talibãs", disse Qader Malia, vice-governador da província de Jawzjan, da qual a cidade é capital

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AFP

Publicado em 07/08/2021 às 11:40 | Atualizado em 07/08/2021 às 11:41
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Os talibãs assumiram, neste sábado (7), o controle da cidade de Sibargan (noroeste), a segunda capital provincial que cai nas mãos dos insurgentes em menos de 24 horas desde a retirada das forças estrangeiras do Afeganistão, iniciada em maio.

"Infelizmente, Sibargan foi capturada pelos talibãs", disse à AFP Qader Malia, vice-governador da província de Jawzjan, da qual a cidade é capital.

Ele afirmou ainda que "as forças (afegãs) e os funcionários fugiram para o aeroporto".

Os talibãs tomaram na sexta-feira (6) uma primeira capital provincial, Zaranj (sudoeste), capital da província de Nimroz, perto da fronteira com o Irã, sem encontrar uma verdadeira resistência das forças afegãs, ocupadas em defender várias capitais provinciais em todo o país.

Se a cidade de Sibergan continuar sob controle dos talibãs, isto representará um novo revés para o governo, que recentemente fez um apelo a antigos chefes de guerra e a várias milícias para que tentem frear o avanço dos insurgentes.

A província de Jawzjan é o reduto do marechal Abdul Rashid Dostom, líder de uma milicia uzbeque reputado por sua crueldade e lealdade volátil.

Um conselheiro do marechal Dostom confirmou a queda de Sibargan.

"As forças de segurança e os responsáveis se retiraram para uma área a cerca de 20 quilômetros da cidade. Foi planejado, eles transportaram munição suficiente para se defenderem de um ataque do Talibã", declarou o conselheiro.

Desde maio, os insurgentes assumiram o controle de vastas zonas rurais e postos de fronteira cruciais em um ataque relâmpago iniciado após o anúncio da retirada das forças internacionais, que deve ser concluída em 31 de agosto.

Depois de encontrar pouca resistência nas zonas rurais, durante vários dias eles direcionaram a ofensiva para os grandes centros urbanos, cercando várias capitais de província e assumindo o controle de duas delas.

A captura de Zaranj tem pouca importância estratégica, mas envia uma imagem preocupante da capitulação das forças afegãs às demais cidades que se encontram cercadas pelos insurgentes.

Nas redes sociais, as mensagens divulgadas pelo Talibã sugerem uma recepção calorosa da população civil de Zaranj, uma cidade gravemente atingida pelo crime.

As imagens mostram os talibãs agitando suas bandeiras em veículos militares, enquanto são aplaudidos por homens jovens e meninos.

É difícil, porém, saber em que medida as imagens transmitem um apoio real aos rebeldes ou se os civis o fazem por desejo de sobrevivência.

Os talibãs, segundo os responsáveis, libertaram todos os prisioneiros de Zaranj.

Outro vídeo postado no Twitter, cuja autenticidade não pôde ser verificada, mostra massas de pessoas saqueando escritórios do governo, roubando cadeiras, mesas e televisores.

"As forças de segurança afegãs estão desmoralizadas pela propaganda incessante do Talibã", explicou à AFP uma autoridade de Nimroz, que pediu para permanecer anônima.

"Mesmo antes dos ataques do Talibã, muitos baixaram as armas, tiraram os uniformes, deixaram suas unidades e fugiram", contou.

De Kunduz, uma cidade ao norte cercada pelo Talibã há semanas, o ativista Rasikh Marof disse à AFP por telefone que os combates começaram na noite passada no centro da cidade, sem que o Talibã tenha, no entanto, ganhado terreno.

As forças do governo "defenderam firmemente" a cidade para impedir a entrada do Talibã e responderam com ataques aéreos, explicou Marof.

E acrescentou que os rebeldes usaram "morteiros e armamento pesado".

"Muitas lojas fecharam e as pessoas estão trancadas em casa para se proteger", explicou o ativista.

De acordo com o Dr. Ehsanullah Fazli, responsável da saúde na província de Kunduz, contatado pela AFP, o principal hospital da cidade recebeu 38 civis feridos e 11 mortos desde o recomeço dos combates na noite passada.

"As ambulâncias não podem se mover por causa dos combates", acrescentou. Os números podem aumentar durante o dia, explicou Fazli.

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