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Julho foi o mês mais quente já registrado no planeta, destaca agência dos EUA

"Julho costuma ser o mês mais quente do ano, mas o de 2021 foi o mês mais quente já registrado", disse o administrador da agência de gestão oceânica e atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) nesta sexta-feira (13)

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Publicado em 13/08/2021 às 19:52
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Planeta sofre os efeitos das mudanças climáticas - FOTO: AZWAR IPANK / AFP
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Julho foi o mês mais quente já registrado em nível mundial, anunciou a agência de gestão oceânica e atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) nesta sexta-feira (13), destacando o que chamou de "trajetória preocupante" do planeta, que sofre os efeitos das mudanças climáticas.

"Julho costuma ser o mês mais quente do ano, mas o de 2021 foi o mês mais quente já registrado", disse o administrador da NOAA, Rick Spinrad. “Esse novo recorde se soma à preocupante e perturbadora trajetória que as mudanças climáticas estabeleceram para o planeta”, destacou Spinrad, citando dados dos Centros Nacionais de Informações Ambientais.

A agência NOAA disse que a temperatura combinada do oceano e da superfície terrestre foi 0,93°C acima da média do século XX, de 15,8°C, tornando o mês de julho o mais quente desde o início dos registros, há 142 anos. O mês foi 0,01°C mais alto do que o recorde anterior, estabelecido em julho de 2016, que foi igualado em 2019 e 2020.

De acordo com dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, o mês passado foi o terceiro mês de julho mais quente já registrado. É comum que as agências tenham pequenas diferenças nos dados.

"A NOAA tem uma cobertura mais limitada sobre o Ártico", o que pode explicar a diferença, disse à AFP Zeke Hausfather, cientista climático do Breakthrough Institute e especialista em registros de temperatura.

Responsabilidade humana 

O anúncio desse recorde é feito dias após a publicação de um novo relatório dos especialistas da ONU (IPCC), que mostrou que o clima está mudando mais rapidamente do que se temia devido à atividade humana.

De acordo com o relatório, o aquecimento global pode aumentar 1,5ºC por volta de 2030, 10 anos antes do estimado, o que poderia causar novas catástrofes sem precedentes.

“Independentemente de sua (julho) posição exata no ranking, o aquecimento ao redor do mundo neste verão é uma consequência clara das mudanças climáticas”, enfatizou Hausfather. "Os eventos extremos que presenciamos em todo o mundo - desde ondas de calor inéditas a chuvas extremas e incêndios florestais - são efeitos há muito previstos e bem conhecidos de um mundo mais quente", disse.

Com apenas 1,1°C de aquecimento até agora, uma cascata ininterrupta de catástrofes meteorológicas mortais, potencializadas pelas mudanças climáticas, varreu o mundo este ano. "E seguirão se agravando até que o mundo reduza suas emissões de CO2 e outros gases do efeito estufa a zero", afirmou Hausfather.

Os seres humanos são responsáveis pelas mudanças climáticas e devem reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa se quiserem limitar os danos, apontam os especialistas do IPCC.

Os chamados à ação crescem, e todos os olhares se dirigem agora a Glasgow, onde os líderes mundiais se reunirão em novembro para a conferência climática COP 26.

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