Justiça autoriza eutanásia de mulher sem doença terminal na Colômbia
"Sou uma pessoa católica, me considero alguém que crê muito em Deus. Mas, repito, Deus não quer me ver sofrer e acredito que não quer ver ninguém sofrer", afirmou a mulher
A justiça colombiana autorizou a eutanásia de uma mulher de 51 anos, nessa quarta-feira (27). Martha Lira Sepúlveda, 51 anos, pode se tornar a primeira pessoa no país a passar pelo procedimento sem ter uma doença em fase terminal.
A colombiana tenta o direito da morte desde o dia 10 de outubro, devido à sua condição de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva e acarreta em paralisia motora irreversível. No entanto, a clínica que aceitou fazer o procedimento desistiu um dia antes. Foi então que ela processou a clínica.
O procedimento de morte assistida é legalizado no país latino-americano desde 1997, sob a condição de que a doença seja terminal e o sofrimento do paciente seja constante, insuportável e não possa ser aliviado. A Colômbia foi pioneira na América Latina a permitir a eutanásia. Em 2018, o país também permitiu a morte intencional em menores de idade.
Segundo Martha, mesmo que a sua doença ainda não esteja em estágio terminal, as dores que sente têm piorado ao longo do tempo. A decisão do juiz de autorizar a eutanásia de Martha ainda pode sofrer uma reviravolta, já que cabe recurso. A clínica tem 48h para acertar com a mulher quando ela passará pelo procedimento de eutanásia.
"Sou uma pessoa católica, me considero alguém que crê muito em Deus. Mas, repito, Deus não quer me ver sofrer e acredito que não quer ver ninguém sofrer. Nenhum pai quer ver seus filhos sofrerem. Para mim, a morte é um descanso", disse a colombiana à TV colombiana Caracol.
Com informações do G1