MORTE ASSSISTIDA

Justiça autoriza eutanásia de mulher sem doença terminal na Colômbia

"Sou uma pessoa católica, me considero alguém que crê muito em Deus. Mas, repito, Deus não quer me ver sofrer e acredito que não quer ver ninguém sofrer", afirmou a mulher

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Julianna Valença

Publicado em 29/10/2021 às 11:00
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A justiça colombiana autorizou a eutanásia de uma mulher de 51 anos, nessa quarta-feira (27). Martha Lira Sepúlveda, 51 anos, pode se tornar a primeira pessoa no país a passar pelo procedimento sem ter uma doença em fase terminal.

A colombiana tenta o direito da morte desde o dia 10 de outubro, devido à sua condição de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva e acarreta em paralisia motora irreversível. No entanto, a clínica que aceitou fazer o procedimento desistiu um dia antes. Foi então que ela processou a clínica.

O procedimento de morte assistida é legalizado no país latino-americano desde 1997, sob a condição de que a doença seja terminal e o sofrimento do paciente seja constante, insuportável e não possa ser aliviado. A Colômbia foi pioneira na América Latina a permitir a eutanásia. Em 2018, o país também permitiu a morte intencional em menores de idade.

Segundo Martha, mesmo que a sua doença ainda não esteja em estágio terminal, as dores que sente têm piorado ao longo do tempo. A decisão do juiz de autorizar a eutanásia de Martha ainda pode sofrer uma reviravolta, já que cabe recurso. A clínica tem 48h para acertar com a mulher quando ela passará pelo procedimento de eutanásia.

"Sou uma pessoa católica, me considero alguém que crê muito em Deus. Mas, repito, Deus não quer me ver sofrer e acredito que não quer ver ninguém sofrer. Nenhum pai quer ver seus filhos sofrerem. Para mim, a morte é um descanso", disse a colombiana à TV colombiana Caracol.

Com informações do G1

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