AVANÇO NO MUNDO

Reino Unido reforça medidas e confirma uma morte provocada pela variante ômicron

O governo iniciou uma luta contra o tempo para aplicar, até o fim do ano, vacinas de reforço em todos os adultos

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AFP

Publicado em 13/12/2021 às 10:32 | Atualizado em 13/12/2021 às 22:24
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Atualizada às 22h22

O Reino Unido anunciou nesta segunda-feira (13) a primeira morte confirmada pela variante ômicron, enquanto sua população volta ao trabalho remoto e o governo trava uma luta contra o tempo para aplicar as doses de reforço da vacina em todos os adultos antes do fim do ano.

"A ômicron está provocando hospitalizações e, infelizmente, confirmamos que ao menos um paciente morreu" por esta nova variante, anunciou o primeiro-ministro Boris Johnson, ao visitar um dos centros de vacinação para aplicação da terceira dose contra a covid-19.

 

 

Segundo um porta-voz do Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Doenças (ECDC), "parece que esta é a primeira morte confirmada da ômicron".

"No entanto, muitos casos não estão sequenciados genomicamente, então é impossível saber se esta é a primeira morte da ômicron" no mundo, disse à AFP.

A África do Sul, o primeiro país a detectar e informar, em novembro, sobre a nova cepa, que se espalha rapidamente pelo planeta, não "anunciou oficialmente" mortes relacionadas à ômicron, segundo um porta-voz do Ministério da Saúde do país, porque as autoridades "não especificam a variante".

Por sua vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltou que, "devido à desfasagem entre o aumento de casos e o aumento de casos graves e mortes", será preciso esperar "as próximas semanas" para obter "mais informação sobre a gravidade dos casos associados à ômicron".

Em breve será dominante

Quinze dias após a detecção no país, o Reino Unido registra 4.713 casos de ômicron (1.576 a mais que no domingo), mas os especialistas acreditam que o número é muito superior e o governo prevê que ela será a variante dominante em poucos dias.

O ministro da Saúde, Sajid Javid, afirmou que a variante já representa 40% das infecções em Londres.

"Amanhã à noite, a maioria dos casos estarão relacionados a ela, e os mesmos não param de aumentar", advertiu o premiê Boris Johnson, cujo governo estabeleceu a missão complexa de oferecer a terceira dose da vacina contra a covid-19 a todos as pessoas com mais de 18 anos até 31 de dezembro.

Isso significa quase 1 milhão de doses por dia, por isso o país abriu mais centros de vacinação, que funcionarão por mais horas ao dia e receberão o apoio do Exército.

Contudo, o site do governo que permite agendar a vacinação caiu no domingo à noite, após o pronunciamento de Johnson à nação. E os problemas persistiam nesta segunda-feira.

O portal informa ainda que acabaram os testes de antígenos que podem ser realizados em casa pelos próprios pacientes, distribuídos gratuitamente pelo serviço de saúde pública do país, e que agora devem ser feitos diariamente por quem teve contato contato próximo com um infectado com a variante ômicron.

Uma versão mais branda

Johnson afirmou que as pessoas devem "deixar de lado" a "ideia de que esta é, de alguma maneira, uma versão mais branda do vírus". "O melhor que podemos fazer é vacinar a todos", insistiu.

"Não pensei que teria tanta gente. É incrível", declarou à AFP Sarah Jackson, uma londrina de 29 anos, diante de um centro de vacinação com uma fila de espera de duas horas para o registro e de outras duas para receber a dose.

"Vou encontrar meus avós no Natal, mas não sei se será suficiente", disse, lamentando o fato de o governo ter começado tarde a disponibilizar a terceira dose para os jovens.

Com 66 milhões de habitantes, o Reino Unido, que é um dos países da Europa mais afetados pela pandemia com mais de 146.000 mortes, já havia anunciado na semana passada medidas contra a ômicron, como o uso de máscaras em locais fechados e o teletrabalho, que entrou em vigor nesta segunda-feira.

A partir desta semana, também será exigido o passaporte sanitário em locais como casas noturnas e estádios de futebol.

Essas medidas irritaram alguns deputados do Partido Conservador de Johnson, que ameaçam promover uma rebelião quando o Parlamento votar na terça-feira as novas regras que, no entanto, têm sua aprovação garantida graças ao apoio da oposição do Partido Trabalhista.

"Ainda assim, seguimos tendo muito menos restrições que na Europa", defendeu Javid nesta segunda na Câmara dos Comuns, em uma tentativa de convencer seus companheiros de partido a não se opor às medidas.

Uma grande rebelião seria um novo revés para o premiê, enfraquecido após uma série de escândalos relacionados com supostas festas celebradas em Downing Street no ano passado, quando as comemorações estavam proibidas pela pandemia e os britânicos se viram privados de reuniões familiares durante as celebrações natalinas.

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