Europa vive retorno de medidas restritivas para tentar evitar avanço da ômicron
Holanda inicia neste domingo (19) novo lockdown e cidades como Paris e Londres mudam liberações
Com o comércio de rua fechado na Holanda, os planos dos consumidores para o Natal foram por água abaixo após o país iniciar, neste domingo (19), um bloqueio com o objetivo de limitar um aumento de casos de covid-19 por causa da variante ômicron.
O primeiro-ministro, Mark Rutte, anunciou o lockdown repentino na noite de sábado (18), ordenando o fechamento de todas as lojas, exceto as essenciais, bem como restaurantes, cabeleireiros, academias, museus e outros locais públicos, a partir deste domingo até, pelo menos, 14 de janeiro.
A notícia foi um choque para muitos holandeses, que se preparavam para o período de Natal e Ano Novo. Muitas pessoas correram às lojas no sábado, em meio a rumores publicados na imprensa sobre o lockdown, para comprarem presentes e comida, além de cortar o cabelo na última hora.
Os trabalhadores do setor hoteleiro exigiram compensação pela perda de renda na temporada de férias, ao mesmo tempo, donos de academias enfatizaram a importância dos exercícios durante uma crise sanitária.
"Fechar todos os bares e restaurantes em um mês tão importante é incrivelmente doloroso e dramático. Precisamos de compensação e uma estratégia de saída", disse a Associação Holandesa de Serviços de Hotelaria.
Todas as escolas encerrarão as atividades uma semana antes do feriado de Natal, na segunda-feira, e devem permanecer fechadas até 9 de janeiro, e a recomendação é que as famílias recebam até dois visitantes, assim como as confraternizações.
As infecções por coronavírus na Holanda caíram a níveis recordes nas últimas semanas, após a adoção de um lockdown noturno no final do mês passado. No entanto, os casos envolvendo a variante Ômicron aumentaram rapidamente desde o início de dezembro e espera-se que a cepa se torne dominante antes do final do ano.
Isso representará um grande problema para os hospitais, que vêm cancelando o atendimento regular há semanas, na tentativa de evitar a falta de leitos devido ao alto número de pacientes com covid-19 em suas enfermarias.
O governo disse no sábado que vai acelerar a aplicação de doses de reforço da vacina, após um início lento da campanha, e até o final do mês, pretende fornecer doses extras para todos acima de 60 anos.
Embora mais de 85% da população adulta holandesa esteja vacinada, menos de 9% dos adultos receberam até agora a dose de reforço, uma das taxas mais baixas da Europa.
MUDANÇA DE DIRECIONAMENTO
Na França, suspeita-se que a variante ômicron seja responsável por 10% das infecções de novos casos.
Para tentar conter um avanço da variante, as autoridades decidiram cancelar as festas de réveillon da avenida Champs-Élysées, em Paris. O primeiro-ministro Jean Castex disse na sexta-feira que as grandes festas públicas e eventos com fogos de artifício seriam proibidos na festa de Ano Novo, e recomendou que mesmo pessoas vacinadas se submetam a testes de covid-19. Na Itália, Roma também decidiu suspender a festividade pública.
No Reino Unido, Londres se prepara para novas restrições. O uso de máscaras em locais públicos fechados e também do trabalho remoto já voltaram a ser realidade, e o prefeito da cidade londrina já admitiu ser inevitável adotar novas medidas restritivas.
A Dinamarca também se prepara para mudar o direcionamento das flexibilizações. A primeira-ministra Mette Frederiksen já comunicou o fechamento de cinemas, teatros e salas de concerto - o que ainda aguarda aprovação do parlamento.