TRÁFICO SEXUAL

Veredicto constrangedor para o príncipe Andrew no caso Maxwell

Ghislaine Maxwell, filha do magnata da mídia britânica Robert Maxwell, apresentou o príncipe Andrew ao ex-financista Jeffrey Epstein, que era seu parceiro na época, em 1999

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AFP

Publicado em 30/12/2021 às 17:33
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O veredicto de culpa da britânica Ghislaine Maxwell por tráfico de meninas menores de idade em benefício de Jeffrey Epstein é extremamente embaraçoso para seu amigo Príncipe Andrew, acusado de abuso sexual.

Ghislaine Maxwell, filha do magnata da mídia britânica Robert Maxwell, apresentou o príncipe Andrew ao ex-financista Jeffrey Epstein, que era seu parceiro na época, em 1999.

O segundo filho da Rainha Elizabeth II explicou que o encontrou depois "de forma irregular e provavelmente não mais do que uma ou duas vezes por ano", indicando também que tinha se hospedado em "várias das suas residências".

Amplamente divulgadas na mídia, fotos atestam seu vínculo. Elas mostram o ex-magnata, Ghislaine Maxwell e o príncipe participando juntos de um grupo de caça no domínio real de Sandringham (leste da Inglaterra), em 2000.

Epstein e Maxwell também foram fotografados na festa de 18 anos da princesa Beatrice, a filha mais velha do príncipe Andrew, em 2006.

Em outra foto, mostrada no julgamento de Ghislaine Maxwell em Nova York, ela é vista sentada ao lado de Epstein - que se suicidou na prisão - na entrada de uma cabana na residência real privada de Balmoral, na Escócia.

O príncipe Andrew afirma se arrepender de enontrar Epstein novamente depois que o americano saiu da prisão em 2010, como atesta outra foto.

Epstein foi condenado em 2008 por ter induzido meninas à prostituição na Flórida. O objetivo de sua visita era, segundo o príncipe, cortar os laços.

O príncipe Andrew é indiciado em Nova York por abuso sexual de Virdinia Guiffre, vítima do falecido bilionário americano, fato que ele sempre negou.

Ele e sua acusadora não estiveram presentes no julgamento de Ghislaine Maxwell.

O príncipe é acusado de ter "agredido sexualmente" Giuffre, então menor, há mais de 20 anos, em três ocasiões: em Londres com Ghislaine Maxwell, e nas propriedades do empresário em Nova York e nas Ilhas Virgens.

Uma foto mostra a jovem em pé e o príncipe - segurando-a pela cintura - com Ghislaine Maxwell ao fundo.

Um piloto que trabalhava para Epstein também testemunhou em julgamento que transportou celebridades como o príncipe Andrew, Donald Trump e Bill Clinton em um avião do bilionário.

O príncipe Andrew, de 61 anos, sempre negou "categoricamente" tais acusações e questionou a autenticidade da foto.

Em novembro de 2019, tentou se defender em uma entrevista que o canal britânico BBC considerou como desastrosa. Nela, não se arrependeu de sua amizade com Epstein, nem demonstrou a menor empatia pelas vítimas do empresário.

Apesar de negar, seu relacionamento com o magnata americano o forçou a se retirar da vida pública.

O veredicto de culpada de Ghislaine Maxwell é negativo para o príncipe Andrew, embora seu caso, que está em andamento nos tribunais dos Estados Unidos, seja objeto de um julgamento separado.

O jornal Daily Telegraph acredita que a decisão apóia as palavras de sua acusadora, alimentando temores de que ele possa ser considerado "culpado por associação".

Na esfera judicial, nada muda para o príncipe, nono na ordem de sucessão ao trono britânico.

Mas "por outro lado, até certo ponto, tudo mudou no que diz respeito à percepção do público", observou Jonny Dymond, correspondente real da rádio BBC.

Saudando o veredicto no Twitter, Virginia Giuffre relembrou "o horror dos ataques de Maxwell" e disse que esperava que outros "fossem responsabilizados".

 

 

 

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