LESTE EUROPEU

Intensa atividade diplomática fracassa em reduzir tensão Rússia-Ucrânia

Os esforços diplomáticos entre Ocidente e Rússia sobre a crise na Ucrânia não funcionaram

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AFP

Publicado em 13/02/2022 às 15:26
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Os esforços diplomáticos entre Ocidente e Rússia sobre a crise na Ucrânia não funcionaram. No sábado (12), o Kremlin denunciou a "histeria" de Washington, enquanto o presidente americano, Joe Biden, ameaçou seu homólogo russo, Vladimir Putin, com "consequências severas e rápidas", se atacar o país vizinho.

Washington insistiu na sexta-feira no risco de uma invasão "iminente" da Ucrânia pela Rússia, que concentrou mais de 100.000 soldados perto da fronteira e acaba de iniciar manobras militares no Mar Negro e Belarus, encurralando o país.

Tal invasão teria consequências "rápidas e severas" para a Rússia, alertou Biden no sábado em um telefonema com Putin.

"A histeria atingiu um pico", disse o conselheiro diplomático de Vladimir Putin, Yuri Ushakov, acrescentando que os dois presidentes concordaram em "continuar os contatos em todos os níveis".

Por sua vez, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, alertou após seu encontro com seu homólogo russo, Sergei Lavrov, que Moscou busca uma "provocação" como pretexto para iniciar a guerra.

"Ninguém deve se surpreender se a Rússia desencadear uma provocação ou um incidente que utilizarão para justificar uma ação militar que planejaram o tempo todo", alertou Blinken.

Em uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, Putin criticou "entregas em larga escala de armamento moderno" a Kiev, dizendo que estavam criando "condições para possíveis ações agressivas das forças ucranianas" no leste do país, onde o Kremlin apoia separatistas pró-Rússia há oito anos.

Manter a calma 

A lista de países que pedem a saída de seus cidadãos da Ucrânia continua crescendo, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Canadá, Noruega, Austrália, Japão e Israel.

A companhia aérea holandesa KLM suspendeu seus voos para a Ucrânia por tempo ilimitado.

Moscou também retirou alguns de seus funcionários diplomáticos do país, dizendo temer "provocações".

Washington ordenou a saída da maior parte do pessoal da embaixada em Kiev. A ofensiva russa pode "começar a qualquer momento e sem aviso prévio", justificaram.

O Canadá e a Austrália transferiram temporariamente sua embaixada para Lviv, no oeste da Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a definir os comentários dos EUA como muito alarmistas. "Todas essas informações causam pânico e não nos ajudam", disse.

Milhares de manifestantes protestaram em Kiev, dizendo que se recusavam a entrar em pânico, embora temessem o risco de uma invasão.

Submarino 

Em outro sinal de escalada, a Rússia lançou neste sábado novas manobras navais no Mar Negro para a "defesa" da Crimeia, península anexada em 2014.

O Ministério russo da Defesa destacou que sua Marinha tinha expulsado um submarino americano de suas águas no oceano Pacífico.

"Não há verdade na versão russa de nossas operações em suas águas territoriais", retrucaram as forças armadas americanas.

O Ocidente descartou a possibilidade de envolver seus militares na guerra, mas planejou uma retaliação econômica devastadora.

A Casa Branca delineou o cenário para a ofensiva russa com "ataques aéreos e mísseis" e um possível ataque à capital, Kiev.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, viaja para Kiev na segunda-feira e para Moscou na terça-feira.

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