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Donald Trump terá que depor perante Procuradoria de Nova York

Ex-presidente dos Estados Unidos está sendo investigado por supostas práticas fiscais fraudulentas do grupo empresarial familiar Trump Organization

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AFP

Publicado em 17/02/2022 às 21:26
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O ex-presidente Donald Trump e dois de seus filhos, Ivanka e Donald Jr, terão que comparecer perante a Procuradoria de Nova York para depor no âmbito da investigação aberta pelas supostas práticas fiscais fraudulentas do grupo empresarial familiar Trump Organization.

Após mais de duas horas de audiência por videoconferência realizada na manhã desta quinta-feira (17), o juiz Arthur Engoron concordou em "indeferir" o recurso apresentado por Trump e seus dois filhos, que até então haviam ignorado as intimações da procuradora de Nova York, a democrata Letitia James, para prestarem depoimento na investigação do grupo, iniciada em março de 2019.

O juiz ordenou que Donald Trump entregue os documentos e as informações exigidas pela procuradoria no prazo de "14 dias" e que os três compareçam no gabinete da procuradora para testemunhar “em um período de 21 dias". Os Trump devem recorrer da decisão. "Ninguém está acima da lei", declarou a procuradora de Nova York.

O ex-presidente e sua família alegam que se trata de uma investigação com motivações políticas por parte da procuradora democrata. Abster-se de investigar "teria sido uma violação flagrante dos deveres da procuradora", argumentou o juiz em sua decisão, descartando qualquer "animosidade pessoal" de James.

No fim de dezembro e no começo de janeiro, a procuradora intimou os Trump para depor sob juramento, mas a família não respondeu às intimações e recorreu a todo tipo de subterfúgios para escapar destas convocações e atrasar a investigação.

Em um documento de 100 páginas divulgado em janeiro, a procuradora disse ter encontrado "evidências significativas que sugerem que Donald J. Trump e a Trump Organization avaliaram de forma falsa e fraudulenta múltiplos ativos".

Ela os acusa de terem "estimado incorretamente o valor desses ativos perante as instituições financeiras para obter benefícios econômicos".

Segundo ela, Donald Trump tinha “poder de decisão sobre uma ampla gama de práticas na Trump Organization, incluindo declarações falsas a terceiros, em particular instituições financeiras e os serviços fiscais americanos”.

Eric, outro dos filhos de Trump e vice-presidente executivo do grupo familiar, foi questionado pelo gabinete de James sobre este caso em outubro de 2020.

Não confiáveis

Se a procuradora encontrar evidências de fraude financeira, poderá processar a Trump Organization por danos, mas não poderá apresentar acusações criminais.

James apresentou esta semana um documento no qual a Marzars, empresa de contabilidade que trabalhou para Donald Trump, o acusa de não confiar nas demonstrações financeiras que sua organização lhe forneceu por uma década. Também informa ao grupo que deixará de trabalhar para ele.

Os últimos desenvolvimentos levaram a comissão de supervisão da Câmara dos Representantes a pedir aos serviços gerais da administração nesta quinta-feira que rescindissem o contrato que permite o aluguel do Trump International Hotel em Washington.

Para o ex-presidente republicano, que ainda não divulgou se pretende voltar a disputar a presidência dos Estados Unidos, os problemas se acumulam.

Além da comissão do Congresso que investiga o ataque de 6 de janeiro de 2021 e o papel de Trump e membros de seu círculo, nas últimas semanas, o magnata foi acusado de má gestão de documentos oficiais por negligenciar deliberadamente alguns de seus arquivos antes da transmissão obrigatória para os Arquivos Nacionais.

Esta agência federal solicitou que a justiça abrisse uma investigação após recuperar quinze caixas de documentos na Flórida que Trump havia levado consigo quando deixou Washington em janeiro de 2021.

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