Humanidade 'é campeã em fazer guerra', lamenta o papa Francisco

O papa argentino se referiu particularmente à crise na Ucrânia, ao falar "dos ventos ameaçadores que sopram nos estepes do leste da Europa, acendendo os fusíveis e o fogo das armas, deixando os corações dos pobres e dos inocentes gelados. Eles não contam"

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AFP

Publicado em 18/02/2022 às 21:57 | Atualizado em 18/02/2022 às 22:01
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O papa manifestou nesta sexta-feira (18) sua indignação pelos ventos de guerra no mundo, ao lamentar que a humanidade "é campeã em fazer guerra. Uma vergonha para todos!", disse após enviar uma nova mensagem de paz.

"A humanidade, que se orgulha de seus avanços na ciência, no pensamento, em tantas coisas bonitas, vai para trás quando se trata de tecer a paz. É campeã para fazer a guerra. É uma vergonha para todos!", disse o papa Francisco durante uma audiência no Vaticano com os membros da congregação para as Igrejas Orientais.

"Parece que o maior prêmio para a paz deve ser concedido às guerras: uma contradição! Estamos apegados às guerras e isso é trágico", afirmou.

"Neste momento, no qual se registram tantas guerras em todos os lugares, os apelos dos papas assim como o dos homens e mulheres de boa vontade é crucial", destacou.

O papa argentino se referiu particularmente à crise na Ucrânia, ao falar "dos ventos ameaçadores que sopram nos estepes do leste da Europa, acendendo os fusíveis e o fogo das armas, deixando os corações dos pobres e dos inocentes gelados. Eles não contam", acrescentou com preocupação.

Novos bombardeios nesta sexta-feira no leste da Ucrânia aumentaram o temor de uma invasão russa, apesar do anúncio de terça-feira da Rússia de uma série de retiradas de suas tropas da fronteira.

Os anúncios de uma retirada parcial, com imagens de tanques levados em trens, não convencem os países ocidentais.

O secretário da Defesa americano Lloyd Austin disse nesta sexta-feira que continua vendo "mais tropas se deslocando" para a fronteira ucraniana.

Uma guerra entre Rússia e Ucrânia seria "catastrófica", alertou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, nesta sexta-feira.

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