Guerra na Ucrânia

Meta diz ter sido sancionada na Rússia por se negar a parar de checar informação

A reguladora de comunicações da Rússia anunciou nesta sexta-feira oque estava "limitando o acesso" ao Facebook, que acusa de censurar e impor restrições a quatro meios de comunicação do país

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AFP

Publicado em 25/02/2022 às 17:55
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A empresa matriz do Facebook, Meta, informou nesta sexta-feira (25) que a Rússia aplicou restrições a esta e outras redes sociais da empresa depois que a plataforma se negou a parar de checar informação.

"Os russos estão usando nossos aplicativos para se expressar e organizar atos", disse o vice-presidente da Meta, Nick Clegg, em um comunicado.

"Queremos continuar fazendo com que suas vozes sejam ouvidas".

A reguladora de comunicações da Rússia anunciou nesta sexta-feira oque estava "limitando o acesso" ao Facebook, que acusa de censurar e impor restrições a quatro meios de comunicação russos, coincidindo com a invasão da Ucrânia pelos militares russos.

Nick Clegg, vice-presidente da Meta, disse que a plataforma "verifica" as informações publicadas por esses meios.

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O Facebook garante que um verificador externo - autorizado pela plataforma, mas independente - encontrou informações duvidosas em notícias e vídeos.

"Ontem, autoridades russas nos mandaram parar de verificar e alertar sobre o conteúdo publicado por quatro meios de comunicação controlados pelo Estado russo", escreveu Clegg.

"Nós recusamos. Como consequência, elas anunciaram que iriam restringir o acesso aos nossos serviços."

A invasão da Ucrânia deu origem a uma explosão de fake news na internet, principalmente nas redes sociais, fenômeno que se tornou recorrente sempre que há uma guerra.

Nick Clegg, vice-presidente da Meta, disse que a plataforma "verifica" as informações publicadas por esses meios.

Mais cedo, o órgão de controle de comunicações da Rússia, Roskomnadzor, informou que estava "limitando o acesso" ao Facebook, acusando a rede social americana de censurar a mídia russa e violar os direitos humanos dos cidadãos russos.

"De acordo com a decisão do procurador-geral sobre a rede social Facebook, a partir de 25 de fevereiro, o Roskomnadzor adota medidas para limitar seu acesso", disse a agência, sem especificar a natureza das limitações.

O órgão de controle russo reprova o fato de a rede social americana ter restringido as contas oficiais em sua plataforma da emissora russa Zvezda, vinculada ao Ministério da Defesa, da agência pública de notícias RIA Novosti e dos veículos russos online Lenta.ru e Gazeta.ru.

"O Roskomnadzor pediu à administração da Meta que levante as restrições impostas pelo Facebook aos meios de comunicação russos e que explique a razão de sua imposição. No entanto, a solicitação foi ignorada pelos proprietários da rede social", continuou.

O órgão russo também garantiu ter observado 23 "casos de censura" contra os meios e recursos de internet russos por parte do Facebook desde outubro de 2020.

"O Ministério Público, em consulta com o Ministério de Relações Exteriores, decidiu reconhecer o Facebook como uma rede social envolvida na violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, assim como dos direitos e liberdades dos cidadãos russos".

Esta decisão acontece no momento em que a Rússia invade militarmente a Ucrânia e provoca uma grave crise geopolítica mundial.

Também faz parte de uma série de medidas adotadas pelas autoridades russas nos últimos anos contra as grandes redes sociais, em muitos casos com o pretexto de proteger os menores de idade e combater o extremismo. Diversas plataformas - como Facebook, YouTube, TikTok e Twitter - receberam várias multas no país.

Além do Facebook, as autoridades russas determinaram restrições ao funcionamento do Twitter.

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