GUERRA

Bolsonaro reafirma posicionamento do Brasil em defesa da soberania ucraniana e diz que cerca de 50 brasileiros deixaram o país

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, há cerca de 500 brasileiros vivendo na Ucrânia

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AFP

Publicado em 26/02/2022 às 17:51 | Atualizado em 26/02/2022 às 18:20
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou, pela primeira vez, neste sábado (26), o posicionamento do Brasil, que havia sido adotado na ONU, em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia. De acordo com o presidente, "a posição do Brasil em defesa da soberania, da auto-determinação e da integridade territorial dos Estados sempre foi clara e está sendo comunicada através dos canais adequados para isso, como o Conselho de Segurança da ONU, e por meio de pronunciamentos oficiais".

Ainda segundo o presidente, o Itamaraty enviou uma missão para a fronteira da Romênia com a Ucrânia e tem coordenado a operação de evacuação de brasileiros por meio do contato direto com o chefe da estação central de trens de Kiev, com as autoridades migratórias e com as autoridades locais de Chernivtsi.

"Até o momento, já conseguimos levar cerca de 50 brasileiros para países vizinhos, incluindo jornalistas, estudantes, empresários e atletas. Também coloquei meus ministros, assessores e a diplomacia brasileira a serviço da evacuação de brasileiros por vias terrestres", escreveu no Twitter.

Neste sábado, O grupo de brasileiros formado por jogadores do Shakhtar Donetsk e do Dínamo de Kiev, assim como suas famílias e outros profissionais do futebol, conseguiu deixar o bunker onde se protegia em um hotel de Kiev, capital ucraniana, em meio à invasão russa no país. Eles saíram do local dentro de carros marcados com bandeiras do Brasil, e embarcaram em um trem com destino à fronteira entre Ucrânia e Romênia.

Bolsonaro ainda afirmou que duas aeronaves Embraer KC-390 Millenium, da FAB, "as maiores já produzidas no hemisfério Sul", foram disponibilizadas para uma eventual missão de repatriação dos brasileiros que ainda estão em território ucraniano. 

 

 

Conflitos seguem com avanço sobre Kiev

Em meio à intensificação dos ataques russos, o prefeito da capital ucraniana, Vitali Klitschko, anunciou neste sábado (26) um endurecimento do toque de recolher imposto após a invasão russa e advertiu que qualquer pessoa que esteja na rua entre 17h e 8h (horário local) será considerada um inimigo.

Os países vivem ainda uma guerra de narrativas, com o governo russo alegando a todo momento avanço das tropas; enquanto os ucranianos mantêm a resistência e dizem retardar os ataques russos. 

Um funcionário de alta patente do Pentágono disse neste sábado (26) que a Rússia conta em território ucraniano com "mais de 50%" das tropas que havia concentrado na fronteira entre ambos os países, mas parece "cada vez mais frustrada" com a resistência do Exército ucraniano - declarou "Calculamos que mais de 50% da força que (o presidente russo, Vladimir) Putin concentrou contra a Ucrânia (...) está mobilizada" dentro do país, disse a fonte, que pediu para não ser identificada. "Além disso, continuamos vendo sinais de uma resistência ucraniana viável", acrescentou.

"Acreditamos que os russos estejam cada vez mais frustrados com a perda de impulso nas últimas 24 horas, sobretudo, no norte da Ucrânia", comentou o funcionário do Departamento americano da Defesa. Ele ressaltou que, até este sábado, as forças russas ainda não haviam assumido o controle de nenhuma cidade ucraniana, nem do espaço aéreo ucraniano.

As forças russas "estão frustradas por (...) uma resistência ucraniana muito determinada que as conteve", insistiu, afirmando que "pelo que vemos, essa resistência é maior do que os russos anteciparam".

Segundo o funcionário do Pentágono, a ajuda militar não parou de ser enviada à Ucrânia desde o começo da ofensiva russa. "Posso confirmar a vocês que receberam nossa ajuda militar nos últimos dias", assinalou, acrescentando que o lote anunciado hoje inclui os modernos mísseis antitanque Javelin, usados pelo Exército americano.

Ainda assim, a Rússia mantém e garantiu hoje que irá intensificar os ataques sobre todas as regiões da Ucrânia, com o objetivo de ainda tomar Kiev, a capital. 

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