ONU: mais de 100 civis mortos, incluindo sete crianças, desde início da invasão à Ucrânia
Também afirmou que a agência da ONU para os refugiados registrou 386.000 pessoas que foram obrigadas a fugir do país, assim como um número ainda maior de deslocados internos
A Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, afirmou nesta segunda-feira (28) que desde o início da invasão russa contra a Ucrânia foram registradas 102 mortes, incluindo sete crianças, e advertiu que os números reais podem ser "consideravelmente" maiores.
"A maioria dos civis morreu pela ação de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo artilharia pesada e sistemas de foguetes com multi-lançamentos e em bombardeios", afirmou Bachelet no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"Temo que o balanço real seja consideravelmente maior", acrescentou.
Bachelet explicou que seu gabinete contabilizou 406 vítimas civis na Ucrânia, incluindo 102 mortes, desde o início da ofensiva russa na quinta-feira.
"Milhões de civis, incluindo pessoas idosas e vulneráveis, se veem obrigados a se esconder em diferentes tipos de abrigos, como estações de metrô, para escapar das explosões", disse.
Também afirmou que a agência da ONU para os refugiados registrou 386.000 pessoas que foram obrigadas a fugir do país, assim como um número ainda maior de deslocados internos.
"Meus pensamentos estão com eles, e com todos os que sofrem em todo o mundo".
"Os pedidos de paz e pelos direitos humanos que chegam de todo o mundo nos alertam que o futuro não deve ser um mundo em que tenham sido esquecidas as obrigações conjuntas em termos de direitos humanos e a Declaração Universal dos Direitos Humanos".
As declarações de Bachelet foram pronunciadas no início da reunião anual do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que começou com a aprovação de um debate urgente sobre o conflito na Ucrânia.
Muitos esperam que a Ucrânia, que apresentou a proposta, divulgue um projeto de resolução para investigar as violações de direitos por parte da Rússia no país.
A Rússia rejeitou o pedido de debate urgente e pediu que fosse submetido à votação. A iniciativa foi aprovada com 29 votos a favor, 5 contra - incluindo China e Cuba, além da Rússia - e 13 abstenções (o Conselho tem 47 membros).
A representante permanente da Ucrânia em Genebra, Yevheniia Filipenko, afirmou que as ações russas representam um ataque à comunidade internacional.
"Não foi apenas um ataque contra a Ucrânia, mas contra todos os Estados membros da ONU, contra as Nações Unidas e contra os princípios que levaram à criação desta organização".
Ela também afirmou que 350 pessoas morreram nos cinco dias de combate desde o início da ofensiva, incluindo 16 crianças.