Entenda o que são as bombas de fragmentação, que a Rússia é acusada de usar na Ucrânia
As bombas de fragmentação contêm várias dezenas de pequenas bombas que se dispersam por um amplo perímetro
As bombas de fragmentação são munições compostas por um projétil conhecido como “bomba-mãe” que carrega várias centenas de mini-bombas ou submunições. A Rússia está sendo acusada de utilizar esse tipo de explosivo na Ucrânia.
As bombas lançadas por avião ou em terra por foguetes, projetadas para se dispersar em áreas grandes, podendo alcançar a superfície de vários campos de futebol.
Como geralmente caem de forma livre, podem atingir fora do alvo se forem utilizadas da forma errada ou através do vento. Nem todas as mini-bombas explodem com o impacto e se transformam em minas antipessoais anos após o conflito, matando ou mutilando dezenas de civis, incluindo crianças atraídas pelas cores das bombas.
Sua produção, utilização, armazenamento e transferência é proibida pela Convenção de Oslo de 2010, mas as bombas de fragmentação continuam a ser utilizadas em conflitos na Síria, no Iêmen, na Líbia e em outras regiões.
Ao assinar a Convenção de Oslo, mais de uma centena de países se comprometeram a limpar as áreas contaminadas, uma tarefa longa e perigosa.
Anistia Internacional denuncia uso de bombas de fragmentação na Ucrânia
A Anistia Internacional denunciou, nesta segunda-feira (28), o uso de bombas de fragmentação na Ucrânia, que teriam provocado a morte de civis e pediu a abertura de uma investigação por "crime de guerra".
De acordo com a ONG, uma escola em Okhtyrka, no nordeste da Ucrânia, sofreu o impacto destas bombas, proibidas em 2010 por uma convenção internacional, da qual nem Rússia nem Ucrânia são signatárias.
Três pessoas, entre elas uma criança, teriam morrido na explosão, disse a Anistia, em um comunicado divulgado no domingo (27).
"O ataque parece ter sido lançado pelo Exército russo, que operava nas proximidades e que costuma usar bombas de fragmentação em zonas habitadas", afirmou a organização não governamental.
Essa ONG disse basear sua denúncia em imagens de vídeo gravadas por drones, as quais mostrariam o impacto de bombas de fragmentação em pelo menos sete lugares. Conforme uma fonte local, conta também com 65 fotografias e um vídeo complementar.
"Nada justifica o uso de bombas de fragmentação em zonas habitadas, muito menos perto de uma escola", afirmou a secretária-geral da Anistia Internacional. Agnès Callamard.