Intolerância

Atentado contra mesquita no Paquistão deixa 56 mortos e quase 200 feridos

Peshawar, a 50 km da fronteira com o Afeganistão, foi cenário de atentados diários durante a primeira metade da década de 2010, mas nos últimos anos a segurança melhorou consideravelmente

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AFP

Publicado em 04/03/2022 às 10:57
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Ao menos 56 pessoas morreram e quase 200 ficaram feridas em um atentado contra uma mesquita xiita em Peshawar, noroeste do Paquistão, durante a oração de sexta-feira.

"No total, 56 pessoas morreram e 194 ficaram feridas. Os feridos incluem 50 pacientes em estado crítico", declarou à AFP Muhammad Asim Khan, porta-voz do hospital Lady Reading de Peshawar.

A explosão aconteceu poucos minutos antes do início da oração em uma mesquita xiita localizada em um rua estreita do bairro de Kosha Risaldar, perto do histórico bazar de Qissa Khwani.

Um balanço anterior do governo da província de Khyber Pakhtunkhwa, cuja capital é Peshawar, mencionava 30 mortos e 80 feridos.

E o número de vítimas pode aumentar, afirmou à AFP o comandante da polícia de Peshawar, Muhamad Ijaz Khan.

"Dois criminosos atiraram contra os policiais na entrada principal da mesquita. Um policial morreu na hora e outro ficou gravemente ferido", disse.

"Estava do lado de fora da mesquita quando vi um homem que atirou contra dois policiais, antes de entrar na mesquita. Poucos segundos depois, ouvi uma grande explosão", declarou à AFP uma testemunha, Zahid Khan.

Outra testemunha, Ali Asghar, disse que viu o momento em que um homem "atirou com uma pistola" dentro da mesquita e matou "as pessoas, uma a uma.

"Depois, ele detonou a carga explosiva".

Um correspondente da AFP observou pedaços de corpos espalhados no local, enquanto os serviços de resgate e a população local se esforçavam para ajudar as vítimas.

O porta-voz do hospital Lady Reading afirmou que os centros médicos declararam estado de emergência.

O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, condenou o atentado com veemência, afirmou um porta-voz.

Peshawar, a 50 km da fronteira com o Afeganistão, foi cenário de atentados diários durante a primeira metade da década de 2010, mas nos últimos anos a segurança melhorou consideravelmente.

O último ataque do tipo havia acontecido em novembro de 2018, quando 31 pessoas morreram em um atentado suicida em um mercado da cidade.

O Paquistão enfrenta há muitos anos o retorno do 'Tehreek-e-Taliban Pakistan' (TTP), os talibãs paquistaneses, galvanizados pela chegada ao poder dos talibãs no Afeganistão em agosto do ano passado.

Embora tenham raízes comuns, o TTP é um grupo diferente do Talibã afegão. O grupo reivindicou vários ataques desde o início do ano.

Um dos atentados mais violentos cometidos pelo TTP foi o massacre de 150 pessoas, em sua maioria estudantes, em Peshawar em dezembro de 2014.

Os xiitas do Paquistão também já foram alvos do grupo Estado Islâmico (EI). O braço local, Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), reivindicou a autoria de vários atentados no país nos últimos anos.

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