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Invasão à Ucrânia: Estados Unidos alertam para 'consequências' se China ajudar a Rússia

O presidente dos EUA, Joe Biden, alertou para as "consequências se a China fornecer apoio material à Rússia" na guerra com a Ucrânia, durante uma reunião com seu par chinês, Xi Jinping

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AFP

Publicado em 18/03/2022 às 21:08 | Atualizado em 18/03/2022 às 21:14
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O presidente dos EUA, Joe Biden, alertou para as "consequências se a China fornecer apoio material à Rússia" na guerra com a Ucrânia, durante uma reunião com seu par chinês, Xi Jinping, informou a Casa Branca nesta sexta-feira (18).

Ambos expressaram seu desejo de "manter os canais de comunicação abertos", durante uma videoconferência que durou quase duas horas e se concentrou na guerra na Ucrânia, informou a Casa Branca quase quatro horas depois da reunião.

Biden também "detalhou" as duras sanções econômicas e financeiras impostas pelo Ocidente à Rússia, informou a presidência americana, sem especificar a que retaliações a China estará exposta se ajudar a Rússia.

Uma funcionária americana disse que Biden foi "franco e direto" com Xi, uma forma diplomática de dizer que a conversa não foi excessivamente cordial.

A China se apressou a divulgar a sua versão da conversa sobre a "crise" ou "situação" na Ucrânia, sem usar a palavra guerra: "A crise ucraniana não é algo que gostaríamos que tivesse acontecido", declarou Xi, citado pela TV chinesa antes mesmo de a reunião terminar. O presidente chinês convidou Biden a "trabalhar para a paz e tranquilidade no mundo" com ele, segundo a mesma fonte.

- Diálogo -

A China também pediu aos Estados Unidos e à Otan que mantenham "um diálogo" com a Rússia sobre as "preocupações de segurança" de Moscou, em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores divulgado após a conversa. Vladimir Putin justifica a invasão à Ucrânia alegando que precisa proteger seu país contra o que considera uma vontade expansionista da Otan.

O comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China também pede, em termos vagos, que os "grandes países respeitem uns aos outros", e alerta, de forma muito geral, para qualquer tipo de "sanções amplas e indiscriminadas" que possam "paralisar uma economia mundial que já tem problemas e causar prejuízos irreparáveis".

Essa foi a quarta reunião entre os dois líderes desde que Biden, 79, assumiu a presidência americana. O democrata conversou com Xi na "Situation Room", sala ultrassegura na Casa Branca onde os Estados Unidos realizam as operações mais arriscadas e as negociações mais difíceis.

"Agora, iremos observar as ações" da China, declarou Jen Psaki, porta-voz do governo americano.

Para Joe Biden, as duas superpotências competem nos níveis econômico e estratégico, mas devem dialogar para que isso não seja um fator de caos a nível internacional. Contudo, se a China apoiar abertamente a Rússia, com entrega de armas ou acordos econômicos e financeiros que permitam a Moscou evitar parcialmente as duras sanções ocidentais, sua posição mudará.

Os presidentes chinês e americano também conversaram sobre Taiwan, um tema polêmico. Xi aproveitou o encontro para avisar a Biden que "uma gestão ruim do assunto teria um impacto negativo na relação bilateral".

O democrata reiterou que "a política dos EUA para Taiwan não mudou", e insistiu em que "os Estados Unidos continuam se opondo a qualquer mudança unilateral no status quo".

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