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Protestos no Equador podem interromper produção de petróleo no país

O presidente Guillermo Lasso anunciou uma redução nos preços dos combustíveis, em uma tentativa de apaziguar as manifestações, mas não foi o suficiente

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Publicado em 27/06/2022 às 0:00 | Atualizado em 28/06/2022 às 1:12
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Com Estadão Conteúdo e AFP

Líderes indígenas do Equador rejeitaram, nesta segunda-feira (27), as medidas do presidente Guillermo Lasso e mantiveram os protestos que assolam o país há duas semanas com bloqueios de estradas, o que deixou a produção de petróleo em uma situação crítica.

Lasso anunciou uma redução nos preços dos combustíveis, em uma tentativa de apaziguar as manifestações. A decisão corta o preço da gasolina em US$ 0,20 por galão. No entanto, a Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que conta com dez pontos de demandas, disse que a ação não era suficiente.

Os manifestantes exigem ao governo que reduza os preços a US$ 1,50 para o galão de diesel e US$ 2,10 para o de gasolina comum.

A decisão do Executivo "não se solidariza com a situação de pobreza enfrentada por milhões de famílias", afirmou nesta segunda-feira (27) a Conaie em comunicado assinado pelo seu titular, Leónidas Iza, acrescentando que "a nossa luta não para (...) e o protesto ainda está em vigor".

Cerca de 14 mil pessoas estão protestando no Equador com uma série de reivindicações, sendo a principal a redução dos preços dos combustíveis, que encarecem os fretes nas regiões agrícolas e levou prejuízos aos produtores.

 

Os bloqueios de vias e a tomada de mais de 1.100 poços colocam em xeque o petróleo, principal produto de exportação do país. Se os protestos seguirem, o Equador pode deixar de produzir petróleo em 24 horas, segundo o governo.

Lasso encurralado pelas manifestações no Equador

Guillermo Lasso, no poder há um ano, está encurralado pelas manifestações e pela oposição, que discute sua possível destituição no Congresso.

O Congresso esta debatendo a conveniência de destituir Lasso, que um setor da oposição considera responsável pela "grave crise política e comoção interna" que afeta o país desde 13 de junho, com manifestações e bloqueios quase diários.

Depois de sete horas de deliberações no domingo (26), a sessão foi adiada para terça-feira (28) às 11H00 locais (13H00 de Brasília). Vinte deputados ainda pretendiam falar de um total de 84 inscritos para discursar.

A bancada do União pela Esperança, partido ligado ao ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), convocou o debate contra Lasso, que considera a pressão social uma tentativa de golpe.

A destituição do presidente precisa de 92 dos 137 votos possíveis no Congresso, onde a oposição tem maioria, mas está fragmentada.

Após a conclusão dos debates, os deputados terão prazo máximo de 72 horas para votar.

 

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