Europa

Onda de calor provoca incêndios florestais na Europa

Os bombeiros continuam sua luta implacável contra as chamas na França e na Península Ibérica, onde as temperaturas sufocantes não deram trégua, enquanto o Reino Unido estava em alerta vermelho diante do medo de ultrapassar os 40ºC pela primeira vez

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Amanda Azevedo

Publicado em 16/07/2022 às 0:10
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Os bombeiros continuam, nesta sexta-feira (15), sua luta implacável contra as chamas na França e na Península Ibérica, onde as temperaturas sufocantes não deram trégua, enquanto o Reino Unido estava em alerta vermelho diante do medo de ultrapassar os 40ºC pela primeira vez na próxima semana.

Na região da Estremadura, no sudoeste espanhol, na fronteira com Portugal, onde milhares de hectares queimam desde o início da semana, um novo incêndio foi declarado na tarde de ontem (14). E, nesta sexta, este foco apresenta uma "evolução desfavorável" e que ameaça o Parque Nacional de Monfragüe, uma área natural protegida por sua biodiversidade.

O solo seco e as altas temperaturas fazem do monte "um explosivo extraordinário e um inimigo brutal" dos bombeiros, lamentou o presidente regional da Estremadura, Guillermo Fernández Vara.

Do outro lado da fronteira em Portugal, mais de 2.000 bombeiros combatiam nesta sexta-feira quatro grandes incêndios no norte e centro do país.

Embora a situação tenha melhorado um pouco nas últimas horas, as autoridades pediram para não se baixar a guarda.

"Devemos permanecer vigilantes por mais alguns dias", disse o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, na quinta-feira à noite.

De acordo com a proteção civil portuguesa, os incêndios já deixam um morto e cerca de 60 feridos.

Desde o início do ano, pouco mais de 30.000 hectares arderam em Portugal, o número mais alto desde 15 de julho de 2017, ano em que os incêndios deixaram 100 mortos.

- "Algo pós-apocalíptico" -

No sudoeste da França, onde dois incêndios queimaram cerca de 7.000 hectares desde terça-feira, especialmente na zona muito turística da Duna de Pilat, na costa atlântica, a situação "continua desfavorável", anunciou a prefeitura do departamento do Gironde.

Esses incêndios, que exigiram a ação de mil bombeiros, causaram a retirada de cerca de 10.000 pessoas.

"Nunca vi nada parecido e realmente parece pós-apocalíptico", disse Karyn, moradora de Cazaux, na quinta-feira, pouco antes do início da evacuação preventiva desta cidade perto da colossal duna de Pilat, envolta em uma nuvem de fumaça e de cinzas suspensas.

Na Espanha, o pico da onda de calor parecia ter passado, mas as temperaturas não deram trégua aos habitantes de muitas regiões do país, que devem esperar até a próxima semana para que os termômetros baixem um pouco.

Às 7h (2h no horário de Brasília), os termômetros da província de Badajoz (sudoeste) já marcavam 37,2ºC. Em vários pontos do país, são esperadas temperaturas máximas de 44ºC nesta sexta-feira.

Em Portugal, que atingiu os 47ºC na quinta-feira no norte do país, um recorde para um mês de julho, a máxima deverá ser 41ºC ainda esta sexta-feira.

Na França, as temperaturas estão subindo. Depois de atingir 37/38ºC no sudoeste e no vale do rio Rhône, devem chegar a até 38/40ºC ao sul da linha formada entre Bordeaux e Lyon.

Mais ao norte, o Reino Unido se prepara para experimentar temperaturas "extremas" a partir de domingo, segundo a agência meteorológica, podendo bater o recorde de 38,7ºC datado de 2019.

Na Irlanda, os termômetros podem chegar a 33,3ºC, um recorde absoluto que não é quebrado desde 1887.

O problema não é exclusivo da Europa: uma pessoa morreu devido aos violentos incêndios no norte de Marrocos.

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