ASTRONOMIA

Nasa consegue desviar trajetória de asteroide em teste de defesa da Terra

Nave espacial foi lançada contra o asteroide no dia 26 de setembro. Resultado da experiência foi melhor que o esperado

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Edilson Vieira

Publicado em 11/10/2022 às 20:13
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Com informações da AFP

A agência espacial americana (Nasa) anunciou nesta terça-feira que conseguiu desviar um asteroide de sua trajetória lançando uma nave contra a sua superfície, em uma missão de teste que permitirá à humanidade aprender a se proteger de uma eventual ameaça.

Uma nave da missão Dart chocou-se voluntariamente em 26 de setembro com o asteroide Dimorphos, que é satélite de um asteroide maior, chamado Didymos. Dessa forma, conseguiu deslocá-lo, reduzindo sua órbita em 32 minutos, informou o chefe da agência espacial, Bill Nelson, em coletiva de imprensa.

Experiência determinante para a humanidade 

Este é "um momento decisivo para a defesa planetária e um momento determinante para a humanidade", afirmou Nelson. Já teria sido "considerado um grande êxito reduzir a órbita em cerca de 10 minutos. Mas na verdade, reduziu-a em 32", assinalou. Com esta missão, "mostramos ao mundo que a Nasa é séria como defensora deste planeta".

O Dimorphos, localizado a 11 milhões de quilômetros da Terra no momento do impacto, tem cerca de 160 metros de diâmetro e não representa nenhum perigo para o planeta. Até agora, ele dava a volta ao redor de Didymos em 11 horas e 55 minutos, período reduzido para 11 horas e 23 minutos, segundo Nelson.

"Parece um roteiro de filme. Mas não é Hollywood. Esta missão mostra que a Nasa tenta estar preparada para qualquer coisa que o universo possa nos enviar", completou o chefe da agência espacial.

A missão sem precedentes "de defesa planetária" chamada Dart é a primeira a testar essa técnica e permitiu à Nasa treinar para a possibilidade de um dia um asteroide ameaçar atingir a Terra.

Forma de ovo

Para confirmar a variação na trajetória do asteroide, foi preciso esperar que os cientistas analisassem os dados dos telescópios da Terra.

Logo após a colisão, as primeiras imagens, registradas por telescópios terrestres e pelo nanossatélite a bordo da missão LICIACube, mostraram uma grande nuvem de poeira ao redor do Dimorphos, que se estendia por milhares de quilômetros. Posteriormente, os telescópios James Webb e Hubble (os observatórios espaciais mais potentes )revelaram detalhes do impacto da nave da Nasa, deixando à vista a matéria arrancada do astro.

Tudo isso deve permitir uma compreensão melhor do Dimorphos, um exemplo de asteroides bastante frequentes, e, portanto, medir o efeito exato que essa técnica, chamada de impacto cinético, pode ter sobre eles.

Viagem de dez meses pelo espaço

Imagens do Dimorphos registradas pouco antes do impacto mostram que ele possui uma superfície cinza, rochosa e em forma de ovo. Conhecer esses detalhes é importante no caso de a humanidade ser forçada a desviar um objeto que se esteja se aproximando da Terra.

A nave viajou por dez meses desde que decolou da Califórnia. Quase 30.000 asteroides de todos os tamanhos foram catalogados nas proximidades da Terra, mas nenhum deles ameaçará o planeta nos próximos 100 anos, a menos que não se tenha conhecimento de todos.

Quase todos os asteroides de um quilômetro ou mais foram localizados, segundo os cientistas, os quais estimam que conhecem apenas cerca de 40% dos asteroides que medem 140 metros ou mais, aqueles capazes de devastar uma região inteira.

 

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