ELEIÇÕES DE MEIO

ELEIÇÕES EUA: Primeiras seções fecham nas eleições legislativas de meio de mandato

As eleições de meio de mandato nos Estados Unidos foram interrompidas no Arizona devido a problemas técnicos

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Lucas Moraes

Publicado em 08/11/2022 às 21:03
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AFP

As seções eleitorais começaram a fechar nesta terça-feira (8) nos Estados Unidos, onde são celebradas eleições de meio de mandato decisivas para o futuro político de Joe Biden, que poderia perder a maioria do Congresso.Algumas seções de Indiana e Kentucky fecharam às 23h GMT (20h em Brasília). Nestas eleições, os americanos renovam toda a Câmara de Representantes, um terço do Senado e vários cargos locais.

Os americanos votaram nesta terça-feira (8) para eleições cruciais de meio de mandato, nas quais estão em disputa as maiorias na Câmara de Representantes e no Senado, o que determinará a margem de manobra do presidente democrata Joe Biden até as eleições presidenciais de 2024, assim como o futuro de Donald Trump.

"Nos Estados Unidos, nunca nos rendemos", tuitou Biden, que se declara "otimista", apesar de correr o risco de perder o controle do Congresso nestas eleições.Sinal do forte interesse, mais de 40 milhões de eleitores votaram antecipadamente, ou por correio, para renovar toda Câmara de Representantes, um terço do Senado e toda uma série de cargos municipais, ou regionais, incluindo vários governadores. Dezenas de referendos também estão sendo decididos.Longas filas se formaram nos locais de votação logo nas primeiras horas do dia.

"Quero garantir que minha voz seja ouvida", explicou à AFP Quonn Bernard, um engenheiro de 39 anos de Atlanta. "Muitos candidatos arrastaram seus oponentes na lama", lamentou.

"Houve muita tensão e desinformação", concordou Robin Ghirdar, um médico de 61 anos que foi votar pelos democratas em Pittsburgh, Pensilvânia.Cada campo dramatizou as questões centrais dessas eleições: os democratas se colocaram como defensores da democracia e do direito ao aborto, em comparação aos republicanos, considerados "extremistas".

 

Por sua parte, os conservadores atuaram como certificadores da ordem contra a chamada esquerda "frouxa e radical" em questões de segurança e imigração.Mas a inflação superou todas as outras questões nas últimas semanas, deixando os republicanos mais confiantes do que nunca em suas chances de derrotar Joe Biden, a quem culpam pelo aumento dos preços.

"Precisamos de uma política do bom pai de família, que os impostos caiam e que a economia vá bem", disse Kenneth Bellows, um estudante de direito de 32 anos que votou no partido Republicano em Phoenix, Arizona (sudoeste). 

PROBLEMAS TÉCNICOS

As eleições de meio de mandato nos Estados Unidos foram interrompidas no Arizona devido a problemas técnicos que afetam algumas máquinas no condado mais populoso do estado, anunciaram nesta terça-feira (8) autoridades locais, assegurando que isto não impede o voto dos eleitores.

No condado de Maricopa, que inclui a capital do estado do Grand Canyon, Phoenix, e arredores, "aproximadamente 20%" das 223 seções eleitorais experimentam "um problema" com as máquinas encarregadas de ler as cédulas, explicou pelo Twitter Bill Gates, diretor da junta de supervisores desta região.

É em torno deste condado de 4,5 milhões de habitantes que se concentrou grande parte das denúncias - depreciadas - de fraude eleitoral em 2020 neste estado, onde o democrata Joe Biden venceu o republicano Donald Trump.

"Estamos tentando resolver este problema o quanto antes", disse Gates, enquanto assegurou que isto não impediu a votação.

Em caso de problema, insistiu, é apresentada uma "alternativa". Os eleitores podem depositar suas cédulas em uma "caixa segura", que será aberta "mais tarde durante a noite" para contar os votos com máquinas que funcionem corretamente. Os eleitores também podem se dirigir a outra seção.

Assim que os centros de votação abriram, uma das seções instalada em uma biblioteca do centro teve problemas com as máquinas, relataram jornalistas da AFP. Apenas os eleitores que já tinham preparado suas cédulas seladas em um envelope puderam depositá-las, enquanto aos demais pediu-se que se dirigissem a outra seção a 500 metros de distância.

Isto bastou para aumentar a desconfiança de alguns habitantes deste estado do sudoeste americano, onde alguns candidatos republicanos ainda questionam a vitória de Biden sobre Trump em 2020, com apenas 10.000 votos de diferença, apesar de várias auditorias e recontagens que demonstraram a validade dos resultados.

"Esta máquina deveria ter sido testada há muito tempo, na semana passada", disse à AFP Donald Newton, um eleitor republicano descontente, que conseguiu votar em uma seção vizinha e acredita firmemente que as eleições de 2020 "foram roubadas".

Assim como muitas pessoas entrevistadas pela AFP nas últimas duas semanas, este octogenário acredita na teoria da conspiração alimentada por um documentário de extrema direita, segundo o qual em 2020 foram adicionados votos nas urnas.

"Está acontecendo de novo", exclamou outro eleitor, que pediu para votar em outra seção e não quis revelar seu nome.

No Twitter, alguns vídeos mostravam filas de eleitores descontentes, questionando os voluntários encarregados dos trabalhos relacionados com a votação.

Antes da eleição, vigias, alguns armados, supervisionaram as urnas de metal, similares a caixas do correio, onde os eleitores podiam depositar suas cédulas antecipadamente no Arizona.

 

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