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PEDRO CASTILLO está preso sob condições legais no PERU, diz DEFENSORIA DO POVO

Castillo, que tem 53 anos e é ex-presidente do Peru, está detido no presídio de Barbadillo, dentro do quartel da Diretoria de Operações Especiais da Polícia (Diroes), na capital

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Renata Monteiro

Publicado em 22/12/2022 às 23:33
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Da AFP

O ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, deposto e preso após uma tentativa frustrada de autogolpe, está detido em condições legais e sem complicações físicas em uma prisão de Lima, disse nesta quinta-feira (22) a Defensoria do Povo.

"Nos reunimos com o ex-presidente e a sua defesa técnica e verificamos que as condições da prisão estão de acordo com o previsto no Código Penal", informou no Twitter a Defensoria, que entrou na prisão com uma equipe da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Segundo o Instituto Penitenciário Nacional, o encontro entre Castillo e as delegações foi realizado em privado na manhã de quinta-feira.

O chefe do Programa de Pessoas Privadas de Liberdade da Defensoria do Povo, Carlos Fernández, afirmou à AFP que Castillo disse a eles que está "em situação estável (...) sem nenhuma complicação na parte física".

Fernández explicou que a cela de Castillo tem uma área para dormir e uma sala, na qual pode receber as visitas. É uma cela própria, sem restrições de acesso a um pátio privado, onde pode realizar atividades.

Castillo, de 53 anos, está detido no presídio de Barbadillo, dentro do quartel da Diretoria de Operações Especiais da Polícia (Diroes), na capital.

A prisão tem três celas separadas. Uma delas é ocupada pelo ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que cumpre pena por crimes de corrupção e contra a humanidade. A terceira está vazia.

Castillo é investigado pelos crimes de rebelião e conspiração, após sua tentativa de autogolpe de Estado em 7 de dezembro e sua posterior destituição por parte do Congresso.

A delegação da CIDH está no Peru como parte de uma visita de trabalho para investigar os violentos protestos que deixaram pelo menos 22 mortos desde a queda de Castillo.

Ele tentou fechar o Congresso, intervir nos poderes públicos e governar por decreto, mas não teve apoio institucional.

A polícia prendeu o ex-presidente horas depois de sua destituição, quando ele tentava entrar em contato com a embaixada mexicana para pedir asilo. O governo foi assumido por sua vice-presidente, Dina Boluarte.

Na conta de Castillo no Twitter, seu advogado, Wilfredo Robles, havia dito que "pediu uma reunião" entre o seu cliente e a missão da CIDH, que está no país desde a segunda-feira.

Na publicação também foi divulgada uma mensagem de Castillo, que assegurou estar "privado arbitrariamente" de seus direitos e pediu que o encontro "se concretize de forma urgente".

Lilia Paredes, esposa do ex-presidente a asilada no México desde a quarta-feira, pediu no Twitter "atenção especial" à saúde de seu marido.

Os familiares de Castillo foram recebidos na tarde desta quinta pela delegação da CIDH em um hotel de Lima.

"Uma injustiça está sendo cometida. Que haja justiça e que sejam muito transparentes para todos", disse, ao sair da reunião, Vilma Vásquez, sobrinha do ex-presidente.

A missão da CIDH também se reuniu com autoridades de Ayacucho (sul), onde pelo menos dez pessoas morreram em confrontos com militares. Outro grupo visitou Lima e Cusco (sudeste).

Reuniram-se com "organizações, movimentos sociais e líderes de povos indígenas para receber informação sobre os protestos e o contexto da crise institucional", informou nas redes sociais a CIDH, órgão da Organização de Estados Americanos (OEA).

Segundo a Defensoria do Povo, ao menos 22 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas em confrontos entre apoiadores do esquerdista Castillo e forças de segurança.

Os manifestantes pediram a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições. Na tentativa de conter a crise, o Parlamento aprovou na terça-feira a antecipação das eleições gerais de 2026 para abril de 2024.

Em um comunicado nesta quinta, a ONG Human Rights Watch pediu às autoridades do Peru que conduzam "investigações imediatas, completas e independentes" sobre o "assassinato" de manifestantes.

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