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Empresa chinesa ByteDance admite usar TikTok para rastrear jornalistas

O Congresso americano busca proibir o uso do TikTok em todo o país o uso

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Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 23/12/2022 às 8:14 | Atualizado em 23/12/2022 às 8:16
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Da AFP

A empresa de tecnologia chinesa ByteDance admitiu, nesta sexta (23), que seus funcionários acessaram indevidamente dados privados da rede social TikTok, filial do grupo, para rastrear jornalistas e localizar a origem de vazamentos para a mídia, admitiu a empresa nesta sexta-feira (23).

O TikTok fez um grande esforço para convencer usuários e governos em grandes mercados como os Estados Unidos de que protege a privacidade dos dados e não representa uma ameaça à segurança nacional.

Mas a matriz ByteDance disse à AFP nesta sexta-feira que vários funcionários acessaram os dados de dois jornalistas como parte de uma investigação interna sobre vazamentos de informações da empresa.

O objetivo era identificar ligações entre a empresa e um repórter do Financial Times e um ex-jornalista do BuzzFeed, de acordo com um e-mail do conselheiro geral da ByteDance, Erich Andersen, ao qual a AFP teve acesso.

Ambos os jornalistas relataram o conteúdo de documentos vazados da empresa.

Em comunicado à AFP, a ByteDance condenou a "iniciativa equivocada que violou gravemente o código de conduta da empresa".

Os funcionários obtiveram os endereços IP dos repórteres para determinar se eles coincidiam em algum local com seus colegas da ByteDance suspeitos de vazar as informações, de acordo com Andersen.

O plano não funcionou, em parte porque os endereços IP revelam apenas geolocalizações aproximadas.

De todo modo, Andersen explicou em seu e-mail que nenhum dos funcionários envolvidos no caso ainda trabalha ByteDance, embora não tenha detalhado quantos foram demitidos.

O TikTok está de volta aos holofotes nos Estados Unidos em um momento em que o Congresso busca proibir em todo o país o uso dessa popular plataforma de vídeos curtos em dispositivos governamentais por motivos de segurança.

A rede social tentou convencer as autoridades americanas de que os dados desse país estão protegidos e armazenados em servidores localizados dentro do seu território.

Mas depois de alguns relatos da imprensa, também admitiu que funcionários na China tiveram acesso a dados de usuários dos EUA, teoricamente em circunstâncias específicas e muito limitadas.

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