RÚSSIA denuncia incursões da UCRÂNIA em seu território
O serviço de segurança russo (FSB) reportou a "eliminação" de "sabotadores" que, na véspera, tentaram se infiltrar na região russa de Bryansk, na fronteira com a Ucrânia
Da AFP
A Rússia denunciou, nesta segunda-feira (26), incursões de "sabotadores" ucranianos e afirmou ter derrubado um drone perto de uma base aérea russa a centenas de quilômetros do "front", na segunda operação desse tipo em um mês.
O serviço de segurança russo (FSB) reportou a "eliminação" de "sabotadores" que, na véspera, tentaram se infiltrar na região russa de Bryansk, na fronteira com a Ucrânia.
As agências de notícia russas também indicaram que a defesa aérea derrubou, na noite de domingo (25), um drone ucraniano que voava em direção à base aérea de Engels, que abriga bombardeiros estratégicos russos.
A cidade de Engels, na região de Saratov, fica a mais de 600 quilômetros da fronteira com a Ucrânia. A base aérea já havia sido atacada em 5 de dezembro.
"Como resultado da queda dos destroços do drone, três oficiais técnicos russos que estavam na base aérea sofreram ferimentos fatais", informou o ministério da Defesa, citado pela agência TASS.
As autoridades ucranianas até agora se abstiveram de fazer qualquer comentário sobre essas alegações
Segundo o FSB, o grupo de "sabotadores" que tentou se infiltrar na região de Bryansk carregava armas e explosivos.
"Após um confronto em 25 de dezembro de 2022, quatro sabotadores (...) foram eliminados", indicou o FSB em um comunicado.
Em um vídeo divulgado pela agência de notícias russa Ria-Novosti, aparecem quatro cadáveres ensanguentados, vestidos com uniformes de camuflagem de inverno e com armas à sua volta.
A AFP não pôde confirmar esta informação com fontes independentes.
A Rússia, que lançou há dez meses uma ofensiva militar na Ucrânia, sofreu uma série de ataques a bases militares e a importantes infraestruturas nos últimos meses. As autoridades russas responsabilizam os ucranianos.
Em outubro, a destruição parcial da ponte da Crimeia, que conecta a península ucraniana anexada por Moscou em 2014 ao território russo, foi um duro revés para o Kremlin, que já havia sofrido várias perdas no campo de batalha.
A Ucrânia nunca confirmou sua responsabilidade pela explosão, mas o presidente russo, Vladimir Putin, multiplicou desde então os bombardeios contra infraestruturas de energia ucranianas, deixando milhões de ucranianos sem eletricidade ou aquecimento em pleno do inverno.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse nesta segunda-feira que 9 milhões de pessoas estavam sem energia no país, apesar das equipes de reparo continuarem trabalhando durante o feriado natalino para consertar a rede.
Nesta segunda-feira, a Ucrânia pediu a exclusão da Rússia das Nações Unidas, embora essa exigência não tenha chances de sucesso, já que Moscou tem direito de veto no Conselho de Segurança, do qual é membro permanente.
"A Ucrânia pede aos Estados membros da ONU (...) que privem a Federação Russa de seu status de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e a excluam da ONU como um todo", escreveu o chefe da diplomacia do país, Dmytro Kuleba.
Putin justificou no domingo a ofensiva militar na ex-república soviética e declarou que o objetivo é "unir o povo russo".
"Tudo se baseia na política dos nossos adversários geopolíticos, que pretendem dividir a Rússia, a Rússia histórica", denunciou Putin em uma entrevista exibida na televisão estatal.
O chefe de Estado utiliza o conceito de "Rússia histórica" para justificar a intervenção militar na Ucrânia, que teria a meta de unir os ucranianos e os russos, que segundo Putin são um único povo.
"Estamos agindo na direção correta, estamos protegendo nossos interesses nacionais, os interesses de nossos cidadãos, de nosso povo", insistiu, apesar dos reveses sofridos pelas tropas russas no norte, leste e sul da Ucrânia
"Claro que o destruiremos, 100%", afirmou, apenas três dias após a promessa de que o exército russo encontraria "um antídoto" para superar um "sistema bastante antigo".
No campo de batalha, o sábado foi marcado por bombardeios no centro de Kherson, cidade do sul da Ucrânia recuperada por Kiev em 11 de novembro, após oito meses de ocupação russa. Os ataques deixaram pelo menos 10 mortos e 55 feridos.