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Pequim promete retaliar 'inaceitável' exigência de testes anticovid de viajantes chineses

A China enfrenta um aumento acentuado do número de casos de covid

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AFP

Publicado em 03/01/2023 às 7:38
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O governo chinês condenou, nesta terça-feira (3), a imposição de testes anticovid, por parte de vários países, a viajantes procedentes da China, alertando que poderá tomar "contramedidas" em represália.

"Alguns países estabeleceram restrições de entrada dirigidas, exclusivamente, aos viajantes chineses. Isso não tem base científica, e algumas práticas são inaceitáveis", declarou Mao Ning, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, acrescentando que a China poderá "tomar contramedidas, baseadas no princípio da reciprocidade".

A China mantém suas fronteiras praticamente fechadas para estrangeiros desde 2020. O país não emite vistos de turista há quase três anos e impõe uma quarentena obrigatória na chegada.

Esta medida de isolamento será levantada em 8 de janeiro, mas o teste anticovid de menos de 48 horas antes da chegada à China continuará a ser exigido.

O país enfrenta um aumento acentuado do número de casos, depois que as severas restrições sanitários até então em vigor foram flexibilizadas sem aviso, ou preparação.

Países

Vários países decidiram impor novas restrições anticovid para os viajantes procedentes da China. As viagens de e para a China podem se multiplicar desde que Pequim anunciou, a contar a partir de domingo (1º), o fim das quarentenas obrigatórias à chegada ao seu território, o último vestígio da sua estratégia de "covid zero".

Desde quinta-feira (29), os Estados Unidos exigem, para ingresso em seu território, a apresentação de um teste de covid negativo, feito obrigatoriamente 48 horas antes da saída da China, ou um certificado que comprove que o viajante contraiu a doença nos 90 dias anteriores ao embarque.

A autoridade de saúde dos EUA aceita teste de PCR, ou autoteste de antígeno, administrados e verificados por um provedor autorizado, ou por um serviço de telemedicina. Estas regras também se aplicam a viajantes de Hong Kong e Macau.

Na França, os passageiros procedentes da China devem apresentar um teste de PCR negativo, ou de antígeno realizado 48 horas antes do voo. Itália e Espanha também exigem um teste de covid para autorizar o ingresso.

Os Estados-membros da UE devem discutir uma resposta comum na quarta-feira (4), anunciou a Suécia, que ocupa a presidência rotativa do bloco por seis meses.

A Austrália exige a apresentação de um PCR negativo e argumenta a “falta de informação completa” por parte de Pequim sobre esta onda de casos. Ottawa, no Canadá, impõe um teste realizado dois dias antes de saírem da China.

Desde quinta-feira, todos os passageiros que viajam para um aeroporto britânico devem apresentar um teste negativo antes de embarcar na China. Além disso, o governo britânico se reserva o direito de impor testes em "amostras" de viajantes na chegada para controlar o aparecimento de novas variantes.

Israel "decidiu ordenar às companhias aéreas estrangeiras que aceitem estrangeiros que voarem da China para Israel, apenas se estes últimos tiverem se submetido a testes de covid", segundo o Ministério da Saúde. Um centro de testes "voluntário" também será criado para pessoas que retornam da China.

O Japão foi um dos primeiros países a imporem novas regras aos viajantes procedentes da China continental, que agora são os únicos obrigados que devem apresentar um teste obrigatório à chegada.

A Coreia do Sul também tomou medidas para os viajantes da China, exigindo a apresentação de um teste negativo antes e após sua chegada.

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