INVESTIGAÇÕES

Irã prende primeiros suspeitos por envenenamento de alunas

Ele não revelou detalhes sobre as identidades, nem as circunstâncias das detenções ou seu suposto envolvimento

Imagem do autor
Cadastrado por

AFP

Publicado em 07/03/2023 às 10:26
Notícia
X

O ministério do Interior iraniano anunciou, nesta terça-feira (7), as primeiras prisões como parte da investigação sobre uma série de envenenamentos que afetaram várias estudantes durante três meses.

"Várias pessoas foram presas em cinco províncias e os serviços continuam a investigação", disse o vice-ministro do Interior, Majid Mirahmadi, à televisão pública.

Ele não revelou detalhes sobre as identidades, nem as circunstâncias das detenções ou seu suposto envolvimento.

O misterioso caso de envenenamento gerou indignação e apelos às autoridades para que tomassem providências a respeito. Também despertou preocupação internacional e pedidos de uma investigação independente.

Ao todo, "25 províncias e quase 230 escolas foram afetadas, e mais de 5.000 alunas e alunos foram envenenados", disse Mohammad-Hassan Asafari, membro da comissão parlamentar de investigação, à agência de notícias ISNA na segunda-feira.

"Vários testes estão sendo realizados para identificar o tipo e a causa das intoxicações. Até agora não se obteve nenhuma informação específica sobre o tipo de veneno usado", acrescentou.

Envenenamento 

Os primeiros casos vieram à tona logo após protestos em todo o país pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, depois que foi presa por supostamente violar o código de vestimenta feminino.

Muitas escolas foram afetadas. As alunas sofreram náuseas, falta de ar e tonturas após perceberem odores "desagradáveis". Algumas foram hospitalizados.

O líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, chamou os envenenamentos de "crime imperdoável" e deu ordens na segunda-feira para que os responsáveis sejam perseguidos "sem piedade".

Na semana passada, o presidente Ebrahim Raisi encarregou o ministério do Interior de apresentar atualizações contínuas sobre a investigação.

O último caso, relatado pela agência de notícias ISNA, afetou 40 estudantes do sexo feminino da cidade rebelde de Zahedán, no sudeste.

A Casa Branca pediu na segunda-feira uma "investigação independente confiável" sobre esses eventos.

Tags

Autor