TRUMP VAI SER PRESO? Donald Trump se apresenta à Justiça e diz que é inocente em caso de atriz pornô
Trump é acusado de subornar a atriz pornô Stormy Daniels com US$ 130 mil (cerca de R$ 420 mil, nos valores da época) na reta final da campanha eleitoral de 2016
Da AFP
Donald Trump se declarou inocente das acusações criminais apresentadas contra ele pela Justiça de Nova York por ter subornado uma atriz pornô em troca de seu silêncio, na primeira acusação criminal contra um ex-presidente americano.
Em uma audiência de quase uma hora, o juiz Juan Merchan o indiciou por 34 acusações relacionadas à falsificação de registros comerciais.
Sou "inocente", disse o ex-presidente republicano de 76 anos em voz clara diante do juiz no tribunal, onde se sentou cabisbaixo, às vezes olhando entediado para o magistrado e outras vezes ouvindo atentamente.
Entenda as acusações contra Trump
De acordo com documentos judiciais, entre agosto de 2015 e dezembro de 2017 Trump orquestrou um esquema de pagamento para ocultar informações potencialmente prejudiciais antes da eleição presidencial de 2016.
Segundo a promotoria, Trump se tornou réu de três acusações relacionadas com o pagamento de propinas em troca do silêncio de pessoas antes das eleições presidenciais de 2016.
Um desses pagamentos, pelo qual Trump se sentará no banco dos réus a partir de janeiro de 2024, foi de US$ 130 mil (R$ 466 mil na conversão à época) para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels na reta final da campanha eleitoral de 2016 após um suposto caso extraconjugal ocorrido dez anos antes, algo que ele sempre negou.
O ex-presidente também é acusado de pagar 30 mil dólares (aproximadamente R$ 98 mil em valores da época) para silenciar um porteiro da Trump Tower que dizia ter informações sobre um suposto filho ilegítimo recebeu, enquanto uma mulher que diz ter sido sua amante cobrou 150 mil dólares (cerca de R$ 490 mil), detalhou o promotor Alvin Bragg em nota à imprensa.
"Donald J. Trump falsificou repetida e fraudulentamente os registros comerciais de Nova York para esconder crimes que ocultaram informação prejudicial ao eleitor durante as eleições presidenciais de 2016", declarou o promotor Alvin Bragg em um comunicado.
Em coletiva de imprensa após a audiência, Bragg disse que "não se pode normalizar condutas criminosas graves" e que "todos são iguais perante a lei".
Quando vai ser o julgamento de Trump?
O magnata de 76 anos terá que passar por um julgamento, que terá consequências imprevisíveis para sua candidatura à presidência nas eleições de 2024.
Segundo um juiz do tribunal de Manhattan, o julgamento de Trump pode acontecer em janeiro de 2024.
Seu então advogado, Michael Cohen, teria sido o encarregado de fazer o pagamento, e o magnata reembolsou-o pela quantia de forma parcelada, supostamente fazendo-a passar por honorários profissionais.
"Não há nenhum caso aqui. Nada de ilegal foi feito", reagiu o magnata em sua rede, a Truth Social, na viagem de volta à sua mansão de Mar-a-Lago, na Flórida, onde pretende falar à imprensa.
"A acusação em si é padrão", disse um de seus advogados, Todd Blanche, acrescentando que ele e sua equipe vão "lutar contra ela, lutar com força".
Outros casos que ameaçam Trump
O caso Stormy Daniels é apenas um dos casos que ameaçam o ex-presidente, que também é investigado por pressionar funcionários públicos para anular a vitória de Joe Biden em 2020, com uma ligação telefônica gravada. Nela, pediu ao secretário de Estado da Geórgia que "encontrasse" votos suficientes para reverter o resultado.
Trump também é investigado por seu possível papel na invasão de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, assim como pela custódia de documentos confidenciais depois de deixar a Casa Branca.
A caminho do tribunal, Trump publicou uma mensagem em sua rede social, a Truth Social: "Parece SURREAL - WOW, vão me PRENDER. Não posso acreditar no que está acontecendo nos Estados Unidos - MAGA!" (sigla de seu movimento 'Make America Great Again').
Ao contrário de outros estados, onde as câmeras de televisão são permitidas nos tribunais, o juiz Merchán não abriu uma exceção nesta ocasião. Permitiu apenas que os fotógrafos capturassem esse momento histórico por alguns minutos antes do início da audiência.
Em frente ao tribunal, a polícia de Nova York, em alerta máximo, instalou cercas metálicas para separar dezenas de apoiadores do magnata e alguns críticos em uma metáfora para a divisão política do país.
"Trump ou morte" ou "Make America Great Again" estampavam cartazes e bandeiras, bonés e camisetas de alguns. Os opositores proclamavam "Trump mente o tempo todo".