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UE rebate declarações de Lula e nega contribuir para prolongamento da guerra na Ucrânia

Em coletiva de imprensa, o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, negou que as ações do bloco tenham alimentado o conflito e enfatizou que a Rússia é a agressora neste caso

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Publicado em 17/04/2023 às 22:19
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Comissão Europeia argumentou que a UE apoia iniciativas de paz desde antes da invasão russa - FOTO: Arquivo Reuters/Yves Herman/Direitos reservados

A União Europeia (UE) reagiu, nesta segunda-feira, 17, às acusações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que Estados Unidos e Europa contribuiriam para o prolongamento da guerra na Ucrânia.

Em coletiva de imprensa, o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, negou que as ações do bloco tenham alimentado o conflito e enfatizou que a Rússia é a agressora neste caso. "O que estamos fazendo é ajudar a Ucrânia a exercer seu direito legítimo de autodefesa", afirmou.

Stano lembrou que o Brasil votou a favor da resolução que condena a decisão de Moscou de invadir o país vizinho e determina que o Kremlin retire todas as tropas do território ucraniano. "Não é verdade que os EUA e a UE estejam ajudando a prolongar o conflito. A verdade é que a Ucrânia é vítima de uma agressão ilegal que viola a Carta das Nações Unidas", rebateu.

Em viagem aos Emirados Árabes Unidos, Lula voltou a criticar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ontem e propôs a criação de um fórum semelhante ao G20 que busque uma solução pacífica no leste europeu.

Em resposta, o porta-voz da Comissão Europeia argumentou que a UE apoia iniciativas de paz desde antes da invasão russa. Stano alega que o bloco ofereceu ao Kremlin diversas oportunidades para apresentar suas preocupações "de maneira civilizada". Segundo ele, todas as alternativas foram respondidas com uma escalada das hostilidades pelo presidente russo, Vladimir Putin

"Claro que a UE apoia a paz o mais breve possível, mas não nos esqueçamos de que a Ucrânia é que a vítima, então é a Ucrânia que definirá sob quais condições possíveis conversas de paz começarão", ressaltou.

As declarações acontecem no mesmo dia em que o ministro das relações exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, chegou ao Brasil para reuniões com representantes do governo Lula. Após encontro com o homólogo brasileiro, Mauro Vier, Lavrov disse que os dois países têm "visão similar" sobre a guerra na Ucrânia.

Jornalista opositor de Putin é condenado a 25 anos de prisão

Vladimir Kara-Murza, um dos mais proeminentes opositores de Vladimir Putin, foi condenado ontem a 25 anos de prisão por traição e divulgação de informações falsas no contexto da guerra na Ucrânia. O tribunal russo completou o processo envolvendo o ativista cerca de um ano após ele ser detido em prisão preventiva.

Ele foi considerado culpado de traição por difundir informações "falsas" sobre o Exército russo e por ser afiliado a uma "organização indesejável". O ex-jornalista é o último de vários oponentes de Putin a ser preso ou forçado a fugir da Rússia.

Kara-Murza negou todas as acusações. Sua sentença de 25 anos é a pena mais longa que uma figura da oposição recebeu até agora.

Na semana passada, ele disse em comunicado: "Sustento cada palavra que disse. Não só não me arrependo de nada, como tenho orgulho disso. Eu sei que chegará o dia em que a escuridão que envolve nosso país se dissipará", afirmou em comentários publicados online. "Nossa sociedade abrirá os olhos e estremecerá quando perceber que crimes foram cometidos em seu nome."

Segundo o juiz russo, a pena será cumprida em uma "colônia correcional de regime estrito" e Kara-Murza será multado em 400 mil rublos (cerca de R$ 24 mil).

Kara-Murza é um ex-jornalista próximo do opositor Boris Nemtsov, que foi assassinado a tiros perto do Kremlin, em 2015, e de Mikhail Khodorkovski, ex-oligarca que se tornou crítico de Putin

O opositor, que continua morando na Rússia, afirmou que foi envenenado duas vezes, em 2015 e 2017, por suas posições políticas. Kara-Murza foi declarado "agente estrangeiro", ao lado de vários jornalistas, incluindo Alexei Venediktov, diretor da estação de rádio Eco, de Moscou.

Kara-Murza desempenhou um papel fundamental em persuadir os governos ocidentais a impor sanções a autoridades russas por abusos de direitos humanos e corrupção.

Seu caso foi parcialmente baseado em um discurso que ele fez a políticos nos EUA, no ano passado, quando disse que a Rússia estava cometendo crimes de guerra na Ucrânia com bombas em áreas residenciais e "o bombardeio de maternidades e escolas".

Essas alegações foram documentadas de forma independente, mas consideradas falsas por investigadores russos que disseram que o Ministério da Defesa "não permitia o uso de meios proibidos de gravação" e insistiam que a população civil da Ucrânia não era alvo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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