O governo dos Estados Unidos autorizou um novo pacote de armas e equipamentos para a Ucrânia no valor de US$ 325 milhões.
Em comunicado, o secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou que a medida inclui mais munição para o sistema lançador de foguetes Himars e projéteis de artilharia, bem como sistemas antiblindados, armas pequenas, veículos de apoio logístico.
"Esta nova assistência de segurança permitirá à Ucrânia continuar a defender-se bravamente face à guerra brutal, não provocada e injustificada da Rússia", afirmou o secretário.
Esta já é a 36ª ajuda militar que os EUA oferecem aos ucranianos. "A Rússia poderia terminar sua guerra hoje. Até que a Rússia o faça, os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros permanecerão unidos à Ucrânia pelo tempo que for necessário", concluiu Blinken.
Após viagem ao Brasil, Lavrov chega a Caracas e elogia Cuba e Nicarágua
Depois de passar pelo Brasil, o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, chegou a Caracas, na Venezuela. Ao lado do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ele fez elogios às ditaduras de Cuba e da Nicarágua e defendeu a "união de forças" contra a "chantagem" das sanções dos EUA e de seus aliados europeus.
"Venezuela, Cuba e Nicarágua são países que escolhem o próprio caminho", disse Lavrov, em uma crítica ao cerco diplomático imposto pelos EUA. "É necessário união para combater as tentativas de chantagem e pressão unilaterais ilegais do Ocidente."
A passagem de Lavrov por Caracas é cercada de simbolismos. A viagem é uma tentativa de mostrar que a Rússia não está isolada e tem aliados. Em Moscou, a guerra na Ucrânia é justificada como uma reação à expansão da Otan em países de sua esfera de influência e nada mais importante do que cultivar parcerias na América Latina, bem próximo dos EUA.
A passagem por Caracas é a segunda escala do giro de Lavrov por países da América Latina, que começou no Brasil e continuará por Cuba e Nicarágua. A última vez em que ele esteve em território venezuelano foi em fevereiro de 2020, dois anos antes da invasão russa da Ucrânia.
Lavrov se reuniu com o chanceler venezuelano, Yván Gil. Os dois discutiram a guerra na Ucrânia, segundo o russo. A Venezuela é um dos principais aliados da Rússia na região. Maduro manifestou apoio a Moscou durante o conflito, embora também tenha defendido negociações de paz.
Na reunião com Maduro, Lavrov discutiu uma alternativa ao Swift, o sistema que permite transações financeiras globais, controlado pelos EUA, ao qual os principais bancos russos perderam o acesso no ano passado. Esses bancos foram banidos como parte das sanções econômicas impostas à Rússia no início da guerra na Ucrânia.
A queda global nos preços do petróleo na última década e a má gestão do governo levaram a Venezuela a uma crise política, social e econômica que marcou toda a presidência de Maduro. A instabilidade alimentou um movimento de oposição apoiado pelo governo dos EUA, mas que nunca ameaçou de fato o regime chavista
Pressionado pela inflação, causada principalmente pela alta do preço do petróleo, o governo americano suspendeu algumas restrições e também sinalizou que está preparado para aliviar as sanções à Venezuela em troca de medidas concretas de Maduro, como a promessa de não banir qualquer candidato que surja das primárias da oposição ainda este ano. "Não percebemos uma flexibilização das sanções", disse ontem o chanceler venezuelano.
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