LEGITIMIDADE

Justiça eleitoral do Paraguai descarta fraude em eleições

Segundo a autoridade eleitoral, o conservador Santiago Peña, do Partido Colorado, venceu com 42% dos votos

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Filipe Farias

Publicado em 02/05/2023 às 21:59
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Da AFP

A Justiça eleitoral do Paraguai descartou nesta terça-feira (2) a possibilidade de fraude nas eleições presidenciais do último domingo (30), denunciada pelo candidato da terceira força, Paraguayo Cubas, cujos apoiadores se manifestaram em diversos pontos do país.

Segundo a autoridade eleitoral, o conservador Santiago Peña, do Partido Colorado, venceu com 42% dos votos seu principal rival, Efraín Alegre, da opositora Concertación Nacional, que acumulou 27%. Cubas obteve 22%.

"Não há nenhuma possibilidade de fraude. Os resultados das eleições são expressões da cidadania, gostemos ou não", disse Carlos Ljubetich, porta-voz do tribunal, em coletiva de imprensa nesta terça.

"Se os representantes legais tiverem alguma prova e denúncia formal de fraude, pode-se solicitar a abertura da terceira ata que está em posse dos juízes eleitorais para comparar os resultados", explicou.

A polícia relatou pelo menos 70 detidos, dos quais 54 foram sumariados por "perturbação da paz pública", entre outras acusações, informou um porta-voz da Procuradoria-Geral do Estado à AFP sobre os incidentes de segunda e terça-feira.

Cubas, ex-candidato à Presidência do Paraguai pela Cruzada Nacional, convocou a mobilização de seus seguidores denunciando "uma fraude monumental" a favor do governista Peña.

Ljubetich rejeitou essa possibilidade. "Na prática, ninguém diz onde foi a fraude, só dizem estar seguros de ter tido mais votos, mas isso acontece com todos os candidatos e isso não pode ser uma justificativa para declarar que houve fraude; então, revisemos as atas e façamos o que cabe", afirmou.

O presidente eleito do Paraguai, o conservador Santiago Peña, também fez um apelo à tranquilidade e pediu segurança ao governo para garantir a legitimidade do sufrágio.

"Vínhamos anunciando que havia alguns atores que não reconheceriam o resultado eleitoral", disse Peña em coletiva de imprensa.

Os partidários de Cubas provocaram destruição, incêndios e lançaram pedras em confrontos com a polícia. Nas redes, voltaram a convocar a mobilização permanente em frente ao tribunal onde é realizada a contagem oficial de votos.

Presidente eleito pede calma

"O que hoje pedimos ao governo é a segurança e a tranquilidade que todos precisamos", expressou o futuro chefe de Estado, de 44 anos, que terá um mandato de cinco anos a partir de 15 de agosto, em substituição ao presidente Mario Abdo Benítez.

Peña apresentou à imprensa dois representantes que serão responsáveis pela transição com o governo atual.

O presidente afirmou que Cubas representa "o anarquismo, a instabilidade, a queima de instituições públicas. Eu acredito que é parte de uma estratégia para tentar capitalizar a raiva de muita gente, a frustração, a falta de oportunidades".

Segundo Peña, os partidários de Cubas podem estar insatisfeitos com o resultado da votação de domingo, mas essa raiva "não pode ser resolvida simplesmente dizendo: vamos incendiar o país".

A missão de observação da Organização de Estados Americanos (OEA) afirmou em seu relatório preliminar de hoje que "não existe nenhum motivo para questionar os resultados apresentados pela autoridade eleitoral".

Os resultados comunicados pelas autoridades “coincidem com as informações colhidas por nossos observadores”, declarou o chefe da missão de observadores da OEA, Luis Lauredo.

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