Trump nega alegações de estupro em depoimento em vídeo
A escritora Elizabeth Jean Carroll processou Trump no ano passado, alegando que ele a estuprou em um provador de uma loja de departamentos de luxo em Nova York em meados da década de 1990
Da AFP
Donald Trump descreveu a mulher que o acusa de estupro como "doente mental", em um depoimento em vídeo exibido nesta quinta-feira (4) para os jurados no processo civil de agressão sexual e difamação contra ele.
"É uma mentirosa e uma pessoa realmente doente. Acho que ela é doente, doente mental", disse Trump, referindo-se à escritora e ex-jornalista Elizabeth Jean Carroll.
O ex-presidente deu este depoimento em outubro, quando lhe foi pedida uma declaração sobre a denúncia de Carroll.
A escritora processou Trump no ano passado, alegando que ele a estuprou em um provador de uma loja de departamentos de luxo em Nova York em meados da década de 1990.
Carroll também processou o ex-presidente republicano por difamação, após o magnata a acusar de mentir quando ela tornou o caso público em 2019.
Trump negou repetidamente essas alegações e não foi processado criminalmente por elas.
No depoimento em vídeo, Trump reiterou que não conhece Carroll e repetiu diversas vezes: "Ela não faz meu tipo".
Nesta quinta-feira, uma amiga de Carroll testemunhou afirmando que a escritora lhe disse logo após o suposto estupro que Trump a havia atacado.
Quase uma dúzia de mulheres acusaram Trump de má conduta sexual durante o período em que foi candidato à Presidência, em 2016. Entre elas, a ex-empresária Jessica Leeds, que no caso Carroll testemunhou que Trump a agrediu sexualmente em um avião na década de 1970.
As compensações financeiras pedidas por Carroll no processo não foram especificadas, mas a denunciante exige que Trump se retrate publicamente.
ACUSAÇÕES
Os advogados de Trump disseram que o ex-presidente americano não sentaria no banco dos réus durante o julgamento. Se for considerado culpado, será a primeira vez que ele enfrentará consequências legais por acusações de agressão sexual.
O caso é apenas um dos vários desafios legais que o republicano de 76 anos enfrenta enquanto tentar retornar à Casa Branca nas eleições presidenciais de 2024.
No mês passado, o magnata se declarou inocente em um processo criminal pelo pagamento de propina por meio de terceiros a uma atriz pornô antes da eleição de 2016.
Trump também está sob investigação por tentar reverter sua derrota nas eleições de 2020 no estado sulista da Geórgia, pelo suposto uso indevido de documentos confidenciais retirados da Casa Branca e por seu envolvimento no ataque ao Capitólio, sede do Legislativo dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021.