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Após 40 dias perdidas na Amazônia colombiana, quatro crianças indígenas foram encontradas vivas

Os menores viajavam em um pequeno avião que aparentemente sofreu falha mecânica, um acidente no qual todos os adultos morreram: a mãe das crianças, o piloto e uma liderança indígena

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Filipe Farias

Publicado em 09/06/2023 às 22:56 | Atualizado em 09/06/2023 às 23:16
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Da AFP

Depois de 40 dias perdidas na floresta amazônica da Colômbia, quatro crianças indígenas foram encontradas vivas nesta sexta-feira (9), após um acidente aéreo sofrido em 1º de maio, informou o presidente colombiano Gustavo Petro.

"Uma alegria para todo o país! Apareceram com vida as 4 crianças que estavam perdidas há 40 dias na floresta colombiana", escreveu Petro no Twitter, onde também publicou uma foto de vários militares e indígenas que participaram da operação de busca para encontrar os irmãos de 13, 9, 4 e 1 ano.

Junto com os socorristas, aparecem duas crianças deitadas sobre cobertores e outra nos braços de um dos homens.

Os menores viajavam em um pequeno avião que aparentemente sofreu falha mecânica, um acidente no qual todos os adultos morreram: a mãe das crianças, o piloto e uma liderança indígena.

Mais de 100 soldados e indígenas da região, com apoio de cães farejadores, seguiam a pista dos menores enquanto eles caminhavam pela floresta entre os departamentos de Guaviare e Caquetá, no sul da Colômbia, onde aconteceu o acidente aéreo.

Dia mágico

A notícia das crianças perdidos rodou pelo mundo, com vídeos e fotografias do Exército sobre o dia a dia das operações de busca, nas quais foram encontrados abrigos improvisados com folhas e galhos, tesouras, laços de cabelo, sapatos, roupas, uma mamadeira, frutas mordidas e pegadas.

"Hoje tivemos um dia mágico que indubitavelmente nos enche de alegria. Nos aproximamos da paz no acordo que avança com o ELN. E agora eu volto e a primeira notícia é que, efetivamente, as comunidades indígenas que estiveram nas buscas e as forças militares encontraram as crianças 40 dias depois", disse Petro aos jornalistas ao retornar de Cuba, onde assinou uma trégua de seis meses com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional.

"Estavam sozinhos, eles conseguiram por conta própria. Um exemplo de sobrevivência total que ficará na história", acrescentou o presidente.

As buscas pelos menores foram difíceis, pois a vegetação da região é densa, com árvores que atingem 40 metros de altura, e há a presença de onças, cobras e outros animais perigosos, além da chuva inclemente que impede de escutar possíveis gritos de socorro.

Nessa região de difícil acesso por rio e sem estradas, os moradores costumam viajar em voos privados. Segundo a Organização Indígena da Colômbia (ONIC), os huitotos, oriundos da região, vivem em "harmonia" com as condições hostis da Amazônia e mantêm tradições como a caça, a pesca e a coleta de frutos silvestres.

Os menores embarcaram no pequeno avião juntos com a mãe em 1º de maio para fugir dos dissidentes do acordo de paz entre as Farc e o governo, que recrutam e aterrorizam os habitantes da região, indicou o militar a cargo das buscas.

Após 17 dias de desaparecimento, Petro chegou a anunciar que as crianças haviam sido encontradas com vida, mas voltou atrás um dia depois e pediu desculpas pela falsa informação.

Wilson, um cão farejador que se perdeu nas operações de busca, permanece desaparecido, informou o presidente aos jornalistas.

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